logo atlântida

AO VIVO

Séries & TV

Recorde e crítica!

Round 6 termina brutal, polêmico e mais humano do que nunca

Fenômeno coreano volta a quebrar recordes na Netflix, mesmo sob críticas. Mas no fim, o que fica é a mensagem: só sobrevivemos juntos.

04/07/2025 - 16h03min

Atlântida
Reprodução/Internet
Seong Gi-hun encara seu destino na última temporada de Round 6, série que bateu recordes e dividiu opiniões com seu desfecho brutal e humano.

Poucas séries no mundo conseguiram o que Round 6 fez em três temporadas. 

A produção sul-coreana da Netflix, que estreou em 2021 como uma espécie de crítica distópica sobre desigualdade social, chegou ao fim em junho de 2025 com um feito impressionante: alcançou o primeiro lugar em audiência em 93 países ao mesmo tempo, um recorde absoluto da plataforma.

Mas nem tudo são flores: a terceira e última temporada também foi alvo de críticas pesadas de parte do público, que apontou ritmo desigual, decisões controversas no roteiro e até a participação considerada "forçada" de uma estrela de Hollywood no episódio final. 

Ainda assim, Round 6 encerra sua história com força, entregando um desfecho simbólico, doloroso e – surpreendentemente – esperançoso.

Mais brutal, menos eufórica

A temporada final retrata a segunda metade dos jogos e, como esperado, não poupa sangue. Com menos tempo para respirar e mais eliminações por episódio, a série mergulha na selvageria dos participantes e aprofunda ainda mais a crítica à desumanização provocada por sistemas de poder e dinheiro. 

O criador Hwang Dong-hyuk não esconde: Round 6 nunca foi sobre o jogo em si, mas sobre o que o jogo revela da nossa própria sociedade.

Por isso, por mais que a violência aumente, há um cuidado narrativo evidente para não transformar tudo em um espetáculo vazio. Hwang se esforça para manter o foco na escolha moral: ser cruel ou ser solidário? Esse dilema é o fio condutor da temporada – e, talvez, da série como um todo.

O protagonista muda. E a série muda com ele.

No centro de tudo está novamente Seong Gi-hun, interpretado por Lee Jung-jae. 

Se na primeira temporada ele era apenas mais um desesperado em busca de dinheiro, agora ele é um homem marcado por perdas e traumas, tentando fazer algo certo dentro de um sistema podre.

Seu duelo emocional com o Front Man (Lee Byung-hun) ganha contornos filosóficos, questionando o que ainda resta da humanidade quando regras são abolidas e tudo vira competição. 

A transformação de Gi-hun, que troca o egoísmo do passado por atitudes altruístas, mostra que a solidariedade – mesmo quando falha – é uma forma de resistência.

O maior jogo do mundo

Apesar de críticas legítimas sobre ritmo e exageros narrativos, Round 6 não perde seu impacto visual. 

Os cenários continuam grandiosos, a fotografia é de primeira, e a atmosfera de opressão segue sufocante. A série brinca o tempo todo com a fronteira entre entretenimento e tortura, entre espetáculo e reflexão.

A mensagem final? Em um mundo que força a competição extrema, sobrevive quem coopera. E essa talvez seja a lição mais poderosa deixada por Round 6 – especialmente em tempos tão divididos.

Spin-off a caminho?

Com mais de 60 milhões de visualizações na primeira semana da 3ª temporada e quase 370 milhões de horas assistidas, os números não deixam dúvida: Round 6 é um fenômeno cultural. A crítica pode até torcer o nariz, mas o público continua engajado.

Há rumores de que a Netflix já prepara um spin-off da franquia com envolvimento do diretor David Fincher, ambientado nos Estados Unidos. 

Se isso se confirmar, o universo criado por Hwang Dong-hyuk ainda tem muita munição para explorar novas formas de contar o mesmo recado: a brutalidade do mundo pode até nos dividir, mas a empatia é a única coisa que ainda nos une.


MAIS SOBRE