
Filmes baseados em jogos eletrônicos estão longe de ser novidade, mas só recentemente começaram a ser tratados com mais respeito pela indústria do cinema.
A transição dos games para as telonas sempre foi marcada por altos e baixos - entre clássicos cult, fracassos de bilheteria e adaptações que surpreenderam até os fãs mais exigentes.
Neste artigo, analisamos como esses filmes evoluíram, o que deu certo (ou errado) e por que o cenário atual é mais promissor do que nunca para quem ama games e cinema.
Um histórico de adaptações problemáticas
Nos anos 1990, os estúdios enxergaram nos games uma mina de ouro para atrair o público jovem.
Foi nesse contexto que surgiram produções como Super Mario Bros. (1993) e Street Fighter (1994), que mesmo com popularidade garantida nas locadoras e reprises da Sessão da Tarde, foram duramente criticadas pela falta de fidelidade e roteiros rasos.
A principal dificuldade? Traduzir a interatividade dos games em uma narrativa cinematográfica envolvente.
Enquanto os jogos se baseiam em escolhas e controle do jogador, o cinema exige uma estrutura mais linear. Durante anos, muitos roteiristas não souberam lidar com isso.
Quando os filmes acertam o alvo
Nos últimos anos, o cenário mudou. Produtoras começaram a ouvir os fãs, envolver os estúdios de games nos processos e apostar em roteiristas que realmente entendem a linguagem dos jogos.
Exemplo disso é Detetive Pikachu (2019), que soube unir o universo Pokémon a uma narrativa acessível ao grande público.
Outros casos de sucesso incluem:
Sonic: O Filme (2020 e 2022): Conquistou públicos de todas as idades, com carisma e ritmo divertido.
Uncharted (2022):
Com mudanças na história, manteve o espírito de aventura do game.
The Last of Us (2023, série da HBO):
Mesmo sendo uma série e não um longa, elevou o padrão das adaptações, provando que games com narrativa forte funcionam muito bem no audiovisual.
Dados e tendências do mercado
De acordo com o site Box Office Mojo, Sonic 2 arrecadou mais de US$ 400 milhões mundialmente, superando seu antecessor. Já The Super Mario Bros. Movie (2023) se tornou a maior bilheteria global de um filme animado baseado em jogo, com mais de US$ 1,3 bilhão arrecadados.
Esses números reforçam que o público está cada vez mais receptivo, especialmente quando as adaptações respeitam o material original.
O que vem por aí
A nova fase de adaptações inclui títulos como:
- Five Nights at Freddy’s 2
- Minecraft: O Filme, com Jason Momoa
- God of War (série confirmada pela Amazon)
- Ghost of Tsushima, em desenvolvimento pela Sony
Além disso, rumores indicam projetos envolvendo Zelda, Red Dead Redemption e até Grand Theft Auto.
Por que isso importa?
A convergência entre games e cinema é mais do que entretenimento: é um reflexo da cultura pop atual.
Com narrativas cada vez mais sofisticadas nos jogos, o cinema ganhou roteiros prontos para emocionar, bastava saber adaptá-los.
Como veículo ligado à cultura jovem e à linguagem digital, a Atlântida acompanha de perto esse movimento.
A conexão entre universos é uma tendência que só deve crescer, impulsionada por fandoms engajados e uma indústria mais preparada para respeitar essas histórias.
Dicas para curtir filmes baseados em jogos
- Jogue o game antes (se possível) e compare as experiências
- Preste atenção nos easter eggs escondidos para fãs
- Não espere uma cópia exata do jogo — boas adaptações reinterpretam
- Assista com mente aberta e espírito gamer
Conclusão
Filmes baseados em jogos deixaram de ser piada para se tornar um dos filões mais promissores do entretenimento.
A chave do sucesso está na união entre fidelidade, respeito ao universo original e criatividade na adaptação. Com os acertos recentes, os fãs podem finalmente esperar algo à altura dos jogos que amam.