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Oscar 2025: polêmicas e retratações públicas parecem ditar o tom da edição 

Há cerca de um mês da premiação, diversos filmes concorrentes estão sendo alvos de acusações e especulações nas redes sociais  

10/02/2025 - 12h36min

Atualizada em: 10/02/2025 - 12h37min

Atlântida

A premiação do Oscar deste ano acontece apenas no dia 02 de março - em meio ao nosso querido carnaval – em Los Angeles, mas parece que estamos falando dele há décadas. Após ter a divulgação das indicações adiada duas vezes por conta dos incêndios que atingiram a região de Los Angeles, a premiação agora enfrenta outro problema: as polêmicas envolvendo diversos dos seus maiores indicados.

De declarações preconceituosas a uso de Inteligência Artificial, os longas têm enfrentado dificuldades em suas turnês de divulgação e o público tem cobrado respostas nas redes sociais. Para te deixar por dentro de tudo que está acontecendo, a ATL fez um resumo do que rolou até agora.

Emilia Pérez e os conflitos internos

Com 13 indicações a estatuetas na noite mais importante do cinema, o longa “Emilia Pérez” chegou aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (6). Uma das indicações é à categoria de Melhor Atriz com Karla Sofía Gascón, protagonista da trama que atua como Emilia. A trama gira em torno de uma advogada que encobre crimes e ajuda a lavar dinheiro, e para sobreviver, auxilia um chefe do cartel a sair do negócio para ele realizar seu sonho: realizar sua transição de gênero.

Apesar da premissa, o filme tem enfrentado uma série de dificuldades em agradar o público, que critica a escolha de um elenco não mexicano para retratar papéis de... mexicanos. O diretor do filme, o francês Jacques Audiard, já havia gerado polêmicas no ano passado ao descrever o espanhol como “idioma de pobres e migrantes” e de que se negar a aprender o idioma para dirigir o longa. Mais tarde, Audiard esclareceu que suas palavras foram mal interpretadas e reafirmou seu respeito pelas culturas hispânicas.

Mas quem carrega o maior número de intrigas no longa é a protagonista, que desde o final do ano passado tem se envolvido em diversas falas problemáticas e declarações que fizeram o público questionar se atriz não estaria infringindo as regras da premiação.

Em uma viagem ao Brasil para divulgar o musical, Gascón pediu ajuda para a atriz Fernanda Torres porque estaria sendo atacada por brasileiros em suas redes sociais. Mesmo assim, logo depois, em entrevista ao jornal Folha, a protagonista de “Emilia Pérez” disse ter sido vítima de uma campanha dos brasileiros contra o seu filme, culpando a equipe de Fernanda. Com essa declaração, muitos elencaram a possibilidade de desclassificação por infringir algumas das regras ao citar e menosprezar outros concorrentes.

Um dia após esse ocorrido, a atriz se envolveu em uma nova polêmica: uma jornalista divulgou vários tweets problemáticos e preconceituosos de Gascón, de 2020 a 2023. Nesses posts, ela critica o islamismo, o caso George Floyd, a inclusão no Oscar e filmes independentes.

Reprodução

Após isso, Karla desativou seu perfil no X, e se desculpou pelas postagens: “Como integrante de uma comunidade marginalizada, eu conheço esse sofrimento bem demais e me arrependo profundamente de ter causado dor. Por toda a minha vida eu lutei por um mundo melhor. Eu acredito que a luz sempre prevalecerá contra a escuridão”, disse ela em comunicado.

Em meio as polêmicas, a Netflix, responsável pela distribuição do filme na maior parte do mundo, optou por afastar a artista das promoções do filme, inclusive com a retirada de sua imagem dos cartazes oficiais e corte de auxílio para divulgação por parte da atriz - além de pretenderem não levar a estrela do filme para novas premiações. A decisão foi endossada por outros membros da equipe, como o Audiard, que a criticou diretamente em uma entrevista recente.

Em reposta, Karla declarou que permanecerá em silêncio. “Após a entrevista do Jacques, pelo que entendi, decidi, pelo filme, pelo Jacques, pelo elenco, pela equipe incrível que merece, pela linda aventura que todos tivemos juntos, deixar o trabalho falar por si, esperando que meu silêncio permita que o filme seja apreciado pelo que é, uma bela ode ao amor e à diferença”, escreveu.

O uso de inteligência artificial

Universal / Divulgação

Mais uma vez envolvido quando o assunto é polêmica, o longa “Emilia Pérez” e “O Brutalista”, fizeram uso de inteligência artificial (IA) em suas produções. “Emilia Pérez” utilizou IA para modificar a voz de canto da protagonista Karla Sofía Gascón, combinando-a com o de uma cantora.

O indicado em 10 categorias, “O Brutalista” conta a história de um arquiteto visionário que foge da Europa pós-guerra para se estabelecer na Pensilvânia, onde realizará seu sonho de projetar um monumento. Dávid Jancsó, diretor do longa, afirmou que usou IA para melhorar o sotaque húngaro dos atores, a fim de torná-lo mais autêntico e para criar projetos de arquitetura brutalista.

Retratação por trabalhos antigos

A brasileira Fernanda Torres também foi alvo de críticas.  Concorrente na categoria de Melhor Atriz, Torres teve um trecho de um esquete feita para o programa Fantástico, em 2008, revivido nas redes. No vídeo, a atriz faz uso de blackface - uma maquiagem escura para interpretar uma mulher negra.

Torres pediu desculpas em suas redes, lamentando a utilização da técnica e explicou que mesmo que hoje a prática seja preconceituosa, na época era totalmente diferente, pois não havia consciência sobre isso.

Zoe Saldaña, atriz do longa “Emilia Pérez”, também está envolvida no uso da blackface para interpretar a cantora Nina no filme biográfico da musicista. Na ocasião, ela escureceu a pele, e fez uso de dentadura, uma prótese para alargar o nariz e uma peruca de cabelo crespo.

Problemáticas no set de filmagens

Neon / Divulgação

O longa “Anora” foi indicado a Melhor Filme e rendeu a sua protagonista, Mikey Madison, a indicação de Melhor Atriz. A história gira em torno de Ani (interpretada por Madison), uma profissional do sexo que se envolve com o filho de uma família russa bilionária.

Por isso, considerando o enredo, a presença de um coordenador de intimidade seria necessária. Há alguns anos, o coordenador de sexo tornou-se uma presença quase obrigatória em produções envolvendo sexo ou nudez em Hollywood, é este profissional que garante que ninguém está sendo coagido a fazer algo que não quer e que os limites de cada um estão sendo respeitados.

Apesar disso, durante uma entrevista com Pamela Anderson, Mikey Madison revelou que recusou o coordenador de intimidade, citando que se sentia confortável lidando com as cenas sozinha e que confiava no diretor de “Anora”, Sean Baker. Na internet, usuários alegavam que, independente dos sentimentos de Madison, o coordenador devia estar no set, pois são essenciais para garantir um nível de segurança e confortabilidade aos atores.

Onde assistir o Oscar? 

A cerimônia do Oscar será transmitida, no Brasil, pela Rede Globo em simultâneo a premiação nos Estados Unidos. Na TV fechada, o canal TNT também transmite o evento no dia 2 de março. No streaming, você pode conferir os vencedores pela Max.


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