Desde que foi anunciado, F1 - O Filme carregava o peso de três expectativas: a promessa de uma experiência cinematográfica realista dentro do universo da Fórmula 1, a estreia de Brad Pitt como piloto e a tentativa da Apple de consolidar seu nome no mundo dos blockbusters. E, de forma geral, o longa entrega, e muito.
Direção com o pé no acelerador
Dirigido por Joseph Kosinski (o mesmo de Top Gun: Maverick, do qual podemos ver as heranças), o filme bebe da mesma fonte de adrenalina, com câmeras grudadas nos capacetes, motores roncando como trilha e aquele combo clássico de superação e segunda chance.
Brad Pitt interpreta Sonny Hayes, um ex-piloto que retorna ao mundo da F1 como esperança para uma equipe falida e mentor não intencional de um jovem talento (Damson Idris). Já a equipe fictícia mais parece um resumo de todos os times azarões que já passaram pelo grid e parece ser um apanhado de histórias do paddock.

Corrida de verdade
E é aí que o filme brilha: as cenas de corrida são um espetáculo à parte. Nada de CGI forçado ou ação artificial. O longa foi filmado durante GPs reais, e isso dá uma veracidade que nenhum outro filme do gênero conseguiu capturar com tanta precisão.
Ver Pitt pilotando de verdade - sim, as cenas são todas reais -, atingindo velocidades que ultrapassam os 300 km/h, com câmeras onboard e vibração de pista, faz o coração disparar. A adrenalina chega até quem nunca assistiu a uma corrida inteira na vida.
Apesar disso, se você vai aos cinemas esperando ver bastidores dos pilotos, sobretudo Lewis Hamilton, que assina a produção executiva do longa, não se iluda.
Mesmo que todos os pilotos da temporada 2023 tenham aparecido no filme, como Daniel Ricciardo, Carlos Sainz, Max Verstappen e Charles Leclerc, são takes corridos e pouco focados durante as filmagens que ocorreram durante a temporada. Aqui, o máximo que conseguimos é um "olá" de Fernando Alonso e um close de Hamilton em um momento decisivo.
Drama previsível mas funcional
Mas quando sai da pista e entra nos boxes do drama, o filme perde um pouco de tração. O roteiro, embora bem-intencionado, cai em fórmulas conhecidas. Temos o veterano atormentado pelo passado fracassado, o novato rebelde que não aceita ajuda ou comando, a equipe em crise com chances mínimas. É tudo muito bem feito, mas também muito previsível. E talvez esse seja o maior “safety car” do longa.
A trilha sonora de Hans Zimmer cumpre seu papel épico - assim como já feito em Interestelar, Gladiador e Batman - em um ritmo acelerado e nostálgico como a presença de Sonny nas pistas do que teria sido seu auge.
O elenco de apoio, com Javier Bardem e Kerry Condon, acrescenta peso ao que poderia ser só mais um filme de esportes. Com contribuições pontuais ao que realmente é a trama, trazem apoio pra linha do tempo previsível.
Mas em termos de profundidade emocional, F1 acaba ficando mais na superfície: toca temas como fracasso, legado e superação, mas sem mergulhar fundo em nenhum.
O impacto fora das telas
Por outro lado, o projeto tem um valor inegável: populariza a Fórmula 1 como nunca antes no cinema. Ao unir realismo técnico com narrativa acessível, o filme consegue o que até mesmo a série Drive to Survive iniciou: transformar velocidade e estratégia em algo pop, palatável e emocionante. Para os fãs, é um prato cheio. Para quem só quer ver Brad Pitt de macacão, também serve.
O filme já cruzou a marca dos US$ 393 milhões nas bilheteiras globais, consolidando o longa como o maior sucesso da Apple nas telonas até hoje. Só nos Estados Unidos, o drama acelerado sobre velocidade e redenção já soma US$ 136 milhões, com uma terceira semana de exibição que ainda rendeu mais US$ 13 milhões.
A estreia nos cinemas americanos já deu o tom: foram US$ 55,6 milhões no primeiro fim de semana, superando expectativas locais e especialmente as globais, que projetavam uma abertura de US$ 130 milhões, mas viram o filme ultrapassar com folga. Só nas sessões de pré-estreia, o filme já havia arrecadado mais de US$ 10 milhões, provando que o hype era real desde o início.
Com esse desempenho, F1 ultrapassa até mesmo o épico Napoleão, de Ridley Scott, que até então era o título mais bem-sucedido da Apple no cinema, com US$ 221 milhões em 2023. Agora, é Brad Pitt quem reina na pole position dos blockbusters da gigante do streaming.
Além disso, o filme é carregado de merchan da melhor maneira: proposital e sutil. Isso por que o universo das corridas já é carregado de patrocinadores por todas as partes, nos nomes das equipes, macacões, telões e até mesmo nos carros. Foi assim que gigantes como EA Sports, Tommy Hilfiger, Expensify, MSC Cruises e Mercedes, se infiltram nesse universo e piscam a todo momento na tela.
Curiosidades de bastidores
- Brad Pitt pilotou de verdade um carro de F1 durante filmagens em Silverstone e Abu Dhabi, alcançando mais de 300 km/h. Ele treinou com a equipe Mercedes e chegou a improvisar uma cena inteira quando o sistema de comunicação falhou.
- As corridas foram filmadas em meio a GPs reais, com autorização da FIA e das escuderias. A equipe fictícia APXGP foi inserida no paddock e no grid para dar ainda mais autenticidade.
- Lewis Hamilton é produtor executivo do filme e trabalhou nos detalhes técnicos das cenas de corrida, figurinos e diálogos dentro dos boxes.
- O carro pilotado por Pitt é uma versão adaptada do McLaren MCL60, redesenhado para se encaixar no visual da equipe fictícia, mas com estrutura de corrida real.
- A APXGP aparece no game F1 25 da EA Sports. No jogo, é possível correr com o carro da APXGP, jogar como Sonny Hayes e até desbloquear o personagem do chefe da equipe, vivido por Javier Bardem.
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