Você já deve ter ouvido (ou dito) algo como: "nós não nos falamos há meses, mas quando nos vemos é como se nada tivesse mudado!" Essa é a definição clássica do que muita gente chama de amizade de baixa manutenção, aquela conexão que sobrevive ao tempo e à ausência, sem cobranças ou a necessidade de estar sempre presente.
Na teoria, parece o tipo de amizade ideal: leve, sem pressões, perfeita para tempos corridos. Mas será que funciona tão bem assim na prática?
O médico e comunicador Dr. Drauzio Varella viralizou há algum tempo ao abordar esse tema nas suas redes. Em um vídeo curto, ele questiona a ideia de que vínculos verdadeiros não precisam ser cultivados. Segundo ele, ao deixar amizades “soltas”, a gente corre o risco de viver cercado por pessoas que gostam de nós, mas com quem não dividimos mais o cotidiano nem os afetos.
Amizades, por mais fáceis que sejam, precisam de manutenção mínima para não desaparecerem. Pode ser uma mensagem, um áudio, um convite rápido para um café. O que não dá é seguir adiando esse carinho e depois se surpreender ao perceber que o laço ficou frouxo demais pra segurar.
Além disso, a chamada “baixa manutenção” pode virar desculpa para evitar o esforço emocional que a intimidade exige. Fugir de conversas difíceis, não estar presente nos momentos ruins, ou se afastar sempre que o outro exige algo além de memes e figurinhas pode transformar uma amizade em algo raso.
É claro que a vida adulta muda os ritmos e exige novos formatos de afeto. Mas é importante lembrar que o afeto precisa circular, ou ele morre. Se queremos amigos de verdade ao nosso lado, não dá pra fingir que o tempo sozinho faz mágica. Laços se fortalecem com intenção.

Se você pensou em alguém lendo isso, talvez seja hora de mandar uma mensagem, mesmo que só pra dizer: “Lembrei de você”. Isso já vale mais do que você imagina.
E é sobre esse assunto que o pessoal do POV bateu um papo no sofá mais amado da ATL essa semana.