
Desativar o Instagram, dar tchau ao X (antigo Twitter) ou simplesmente silenciar o Facebook. A decisão de muitos pais de abandonar as redes sociais vem crescendo — e os efeitos positivos vão muito além do esperado.
Mais do que uma pausa pessoal, o gesto tem sido visto como uma forma de educar pelo exemplo. Pais que largam as redes relatam não só mais tempo de qualidade com os filhos, como também melhorias no comportamento e no humor dos jovens. “Percebi que minha filha estava menos ansiosa e mais presente”, conta uma mãe que deletou os aplicativos após notar o impacto negativo do próprio vício digital.
Não é à toa que o termo "brain rot" (ou “deterioração cerebral”) foi escolhido como uma das palavras do ano de 2024 pela Oxford University Press. A expressão descreve os efeitos nocivos do consumo excessivo de conteúdo digital, especialmente em cérebros jovens e ainda em desenvolvimento.
Segundo especialistas como a psiquiatra Anna Lembke, esse bombardeio de estímulos age diretamente no sistema de dopamina, responsável pela sensação de prazer. Quanto mais prazer imediato buscamos — likes, notificações, vídeos curtos — mais o cérebro cobra a conta depois, reduzindo a sensibilidade ao prazer e criando uma espécie de “déficit emocional”. O resultado? Apatia, ansiedade e dependência de tela.
Redes sociais podem até aproximar, mas também podem aprisionar. Para alguns pais, a verdadeira conexão acontece fora do feed, dentro de casa.