
Você trocaria um rolê com os amigos por um papo com uma IA? Pois é. A ideia pode parecer saída de um episódio de Black Mirror, mas já está sendo levada bem a sério. Mark Zuckerberg, CEO da Meta (leia-se: Facebook, Instagram, WhatsApp e mais uns trocentos apps), propôs usar inteligências artificiais para enfrentar a tal “epidemia de solidão” que ronda o mundo moderno.
Em entrevista ao podcaster Dwarkesh Patel, Zuck largou a estatística: o americano médio tem menos de três amigos de verdade, quando o ideal seria algo em torno de 15. A solução? Criar os chamados IAmigos — chatbots personalizados que agem como confidentes virtuais, sempre disponíveis e (quase sempre) educadinhos.
Só que nem tudo são emojis e respostas automáticas. Apesar da boa intenção, especialistas em saúde mental estão soando o alarme. Segundo eles, essas interações artificiais não oferecem reciprocidade real e podem até enfraquecer nossas habilidades sociais de carne e osso. Para piorar, já existem relatos de pessoas que desenvolveram delírios alimentados por chatbots, em casos chamados de “psicose induzida por IA”.
Zuckerberg acredita que, no futuro, a sociedade vai aprender a valorizar essas amizades tecnológicas como parte do cotidiano. Mas a pergunta que fica é: será que dá para chamar de amizade aquilo que só devolve o que você quer ouvir?