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Monte Everest: Por que as pessoas estão pesquisando sobre a maior montanha do mundo?

Monte Everest vira termo de busca após vlogs  de escalada até o cume viralizarem

02/07/2025 - 17h55min

Renata Dotto
Renata Dotto
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Reprodução

O termo Monte Everest virou a busca de milhares de pessoas nos últimos dias após viralizar em redes como o TikTok. Um dos grandes “culpados” é o montanhista polonês Mike Wensierski (@wensierskiworldwide), que viralizou mostrando a dura realidade da escalada, como filas a quase 8.000 metros, roxos de frio pelo rosto, e corpos congelados que ficam visíveis ao longo das trilhas mais altas. 

Os vídeos somaram milhões de views e despertaram curiosidade dos brasileiros, que já vinham pesquisando sobre o Monte Rinjani, na Indonésia, após o caso de Juliana Marins, brasileira que perdeu a vida no vulcão. 

A escalada no Everest

O Everest é a montanha mais alta do planeta, com 8.849 metros de altitude e localizado na Cordilheira do Himalaia, na fronteira entre o Nepal e o Tibete (China).

Subir ele é, com certeza, um dos maiores sonhos de aventureiros no mundo. Mas também é, indiscutivelmente, uma das jornadas mais perigosas do planeta. Segundo dados do Himalayan Database, mais de 330 pessoas já morreram tentando chegar ao cume, e estima-se que pelo menos 200 corpos ainda estejam lá, congelados, servindo muitas vezes como “marcos” na trilha.

Essa escalada exige meses de preparação física, muito dinheiro e resistência extrema. O ar no cume contém apenas um terço do oxigênio presente ao nível do mar, por isso, muitos precisam de cilindros de O₂ para sobreviver.

O TikTok (literalmente) congelou com os vídeos de @wensierskiworldwide

Mike captou a sua trajetória de 42 dias de escalada e publicou em suas redes sociais vídeos divididos por dia, como vlogs

Reprodução: TikTok

O alpinista mostrou momentos que chocaram os espectadores. Com o rosto extremamente machucado, ele apontou os desafios, superações e até questões de exaustão mental que os aventureiros passam durante os dias e noites congelantes. Nos vídeos, ele também contou curiosidades desconhecidas sobre a subida ao monte. 

Reprodução

Como funcionam os acampamentos no Everest?

Escalar o Everest é um processo que leva semanas, porque o corpo precisa se adaptar à altitude pouco a pouco para sobreviver.

Por isso, os escaladores ficam em acampamentos espalhados pela montanha, cada um mais alto que o outro. Entenda como funciona:

Base Camp (acampamento base)

Fica a cerca de 5.364 metros de altitude no lado do Nepal (ou 5.150m no lado tibetano). É praticamente uma mini-cidade, cheia de barracas, cozinhas, médicos e até internet via satélite. Muitos escaladores passam 2 a 3 semanas só ali, subindo e descendo partes da rota para se aclimatar.

Camp 1 (6.065 m)

É o primeiro acampamento realmente “na montanha.” Para chegar lá, é preciso atravessar a famosa Icefall do Khumbu, um labirinto mortal de blocos de gelo que se mexem o tempo todo.

Camp 2 (6.400 m)

Também chamado de “acampamento avançado.” É maior, com barracas de cozinha e tendas comunitárias, e onde o frio já começa a ficar bem extremo.

Camp 3 (7.200 m)

Fica numa encosta superíngreme no Lhotse Face. Dormir aqui é perigoso: o ar já está bem rarefeito, e muita gente passa mal só com o esforço de existir.

Camp 4 (7.920 m)

É a porta de entrada da Zona da Morte. A partir daqui, ninguém fica muito tempo, porque o corpo literalmente começa a morrer pela falta de oxigênio. É onde os escaladores descansam só algumas horas antes do ataque ao cume.

E um detalhe chocante: não existe banheiro “de verdade.” Os escaladores usam sacos plásticos ou buracos cavados na neve, mas, com tanta gente, há toneladas de fezes humanas acumuladas em alguns trechos, um problemão ambiental que virou pauta até na ONU.

Além disso, todos os acampamentos podem ser destruídos por avalanches, como aconteceu em 2015, quando um terremoto matou dezenas de pessoas no Base Camp.

Curiosidades que talvez você não saiba sobre a escalada no Everest 

  • Não existe resgate no cume. Helicópteros não conseguem voar até lá por causa do ar rarefeito. Se alguém passa mal ou desmaia, pode ficar lá para sempre.
  • Experiência é essencial. Escalar o Everest não é passeio turístico. Mesmo com guias, é preciso ter feito outras montanhas altas antes (como o Aconcágua ou montanhas no Himalaia).
  • Corpos viram marcos. Muitos escaladores mortos não são removidos porque seria arriscado demais. Eles ficam no caminho, servindo de referência para quem passa.
  • Custa caríssimo. Uma expedição pode ultrapassar US$ 100.000 (cerca de R$ 500.000) somando permissão, guias, equipamentos e oxigênio.
  • Frostbite é comum. Com -60°C, partes do corpo literalmente congelam. Matthew mostrou no TikTok os próprios dedos e rosto queimados pelo frio.
  • As filas são reais. Em dias de bom tempo, há engarrafamentos na rota final, aumentando o risco de morte pela demora.
  • Você pode perder a visão. A cegueira por altitude é um risco real, porque o inchaço do cérebro pode pressionar nervos ópticos.
  • A montanha está crescendo. O Everest sobe alguns milímetros por ano devido ao choque das placas tectônicas da Índia e Eurásia.



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