Per-Eric Henricsson foi parar no jornal/AP/Reprodução
O sueco Per-Eric Henricsson, de 77 anos, não coube em si quando seus colegas do grupo de terceira idade resolveram dar uma festa de confraternização. O espírito jovem de Henricsson eriçou-se e ele, munido de olhos rútilos e levemente trêmulo, sentenciou.

– A cerveja é comigo – disse sob forte emoção.

A partir daí, os demais integrantes do grupo dividiram as outras tarefas como o local da festa, as comidinhas, o bom e velho Glen Miller na vitrola. Ah, bons tempos. Então Henricsson foi até o supermercado ICA, na cidade de Gallivare, no norte da Suécia, e viu toda a nostalgia se esvair como a areia da praia que escorre pelas mãos.

Henricsson chegou ao caixa e, antes que pudesse puxar a carteira para pagar as cervejas, foi alvejado pela atendente, que lhe pediu a identidade. A venda de bebidas alcoólicas é limitada na Suécia para menores de 18 anos e, até onde se sabe, a legislação nada refere sobre os velhinhos. Esclarecido que só ele, Per-Eric Henricsson achou aquilo um ultraje e abandonou o produto e deixou a caixa falando sozinha.

O homem fez mais: pediu ajuda à Associação Nacional de Idosos da Suécia para pressionar o supermercado ICA, a parar de pedir a carteira de identidade de pessoas da terceira idade.

– Isso é ridículo. Sou cliente do supermercado ICA há mais de 40 anos e eles me conhecem – disse Henricsson que foi parar nas páginas do jornal Expressen.

Quem dera o senhor Henricsson vir a Porto Alegre e constatar que aqui no pago é impossível fazer uma compra com cartão de crédito sem a apresentação obrigatória da identidade.

Em sua defesa, o gerente do supermercado, Lars Hakan Olofsson, disse que a funcionária da loja apenas seguiu a política da rede de pedir a carteira de identidade para todos os clientes que compram bebidas alcoólicas.

Postado por Anderson Passos