Desde que o MBA (Master em Administração de Negócios) para crianças chegou à China, com aulas de matemática, economia e inglês, a vida de muitas delas nunca mais foi a mesma, transtornada por um sistema que persegue o sucesso social a todo custo. O antigo provérbio chinês que diz que %22é possível ver o futuro de uma criança quando ela tem apenas três anos%22 é exibido no site do grupo Neworld Edu, que iniciou o programa Nobel Baby em várias de suas escolas em Xangai.

De acordo com a Agência EFE, meninos e meninas de menos de seis anos vivem em função de um objetivo que está tão distante quanto a casa deles da minha: uma vaga na universidade. Quase sem tempo para brincar, elas passaram a freqüentar consultórios de psicólogos por causa do estresse precoce.

A origem dos problemas psicológicos tem grande relação, segundo especialistas, com a quantidade de horas que as crianças dedicam ao estudo por dia, seja durante a semana ou nos dias de descanso. Segundo o Centro de Pesquisa de Jovens e Crianças da China, os jovens costumam estudar 50% a mais do que o aconselhado pelos departamentos educativos das escolas, e mais da metade deles tem aulas de apoio durante as férias.

A tradição familiar chinesa, que dá grande importância ao esforço e à educação dos filhos, ganhou tais proporções graças à política do filho único, que criou %22pequenos imperadores%22 em cada lar. Eles suportam também a pressão de seus pais, que depositam neles as esperanças da família e, na maioria dos casos, também seu dinheiro.

Estudos recentes mostram que um em cada quatro universitários sofre de problemas mentais. A taxa de suicídios dispara a cada mês de julho, por causa dos superbebês que não alcançaram seu objetivo: passar na seleção para a universidade.

Postado por Amauri Knevitz Jr