Cientistas russos começaram nesta semana a inscrever voluntários para a participação do projeto Marte-500, uma simulação na Terra de um vôo ao planeta vermelho que durará pelo menos um ano e meio.

A experiência, que imitará um vôo tripulado a Marte, está programada para durar pelo menos 520 dias, podendo chegar a 700, anunciou o porta-voz do Instituto de Problemas Médico-Biológicos (IPMB) da Academia de Ciências da Rússia. Segundo informações da Agência EFE, a simulação deve começara no último trimestre de 2007.

Serão selecionados seis tripulantes, que deverão passar mais de um ano fechados no simulador de uma nave espacial. Poderão se inscrever para o teste russos e estrangeiros. Em uma segunda etapa, será decidido se as mulheres poderão participar da simulação.

Os candidatos devem ter entre 25 e 50 anos, boa saúde, educação em nível superior e dominar o inglês em nível comunicativo e técnico. A prioridade será dada a profissionais ligados às áreas de medicina, biologia, engenharia e informática.

A tripulação será formada por um comandante, um engenheiro de bordo, três cientistas de diferentes especialidades responsáveis pelas pesquisas e um médico, que seja capaz de realizar tarefas como extrair um dente ou realizar uma cirurgia. Por 17 meses, os %22astronautas%22 viverão em condições mais ou menos similares às registradas em uma expedição real a Marte, no interior de um conjunto de cinco módulos espaciais de 550 metros quadrados. Os voluntários, que contarão com reservas de três toneladas de água e de cinco de comida, só poderão abandonar o experimento em caso de doença grave ou de uma crise de ordem psicológica.

O e-mail será o principal meio de comunicação com o centro espacial, e as mensagens atrasarão meia hora, o tempo que levaria para chegar ao destinatário em uma expedição real, o que aumenta o grau de autonomia da equipe em casos de emergência.

– A diferença fundamental de um vôo a Marte de outros realizados atualmente é que será autônomo, e se acontecer algo grave ou um cosmonauta se sentir mal, já não será possível interromper e fazer a nave retornar – disse o diretor do IPMB.

Postado por Cleber