A série A Maldição da Residência Hill é o mais novo sucesso da plataforma da Netflix. Nós assistimos todos os episódios e trouxemos, aqui, nossa opinião ;]

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Criada por Mike Flanagan e baseada no livro de 1959 de Shirley Jackson, a série original da Netlflix, A Maldição da Residência Hill (The Haunting of Hill House), conta a história de uma família que se muda temporariamente para uma antiga mansão, chamada de Hill’s House. Hugh e Olivia Crain se mudam junto com seus cinco filhos: Steven, Shirley, Theodora (Theo) e os gêmeos Luke e Eleanor (Nell). O objetivo é reformar a mansão e vendê-la por mais dinheiro e, assim, sustentar a família a longo prazo. A intenção é boa, mas eles não contavam com as aparições sobrenaturais que moram na Hill House. A partir daqui, tem spoilers, ok?

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A Maldição da Residência Hill conta em flashback o tempo que a família morou na casa ao mesmo tempo que mostra como isso afetou eles na vida adulta. A história é montada de uma forma muito inteligente, que transcende a linearidade do tempo. A cada flashback algum detalhe é revelado, o que deixa a trama ainda mais intrigante.

Veja que até aqui, apesar de falar sobre eventos e figuras sobrenaturais, eu não disse que era uma série de terror. Os primeiros capítulos, quando o contexto é apresentado, são os mais assustadores. Mas dou isso ao fator do incerto e ao fator do desconhecido. Ao longo da história, as aparições se tornam familiares e, até, agradáveis. Isso não significa que deixe de ser assustador, mas provoca mais ansiedade. Os sustos deixam de ser uma interjeição e passam a ser um arrepio gelado pelo corpo. Da mesma forma que queremos que a história da família Crain seja esclarecida, queremos que a história dos espíritos que vivem na casa também seja contada.

O lado sombrio da mansão Hill afeta mais a mãe da família, representada pela atriz Carla Gugino. A sensibilidade espiritual e paranormal de Olivia serve como fonte de energia para os males que vivem na casa. Assim, aos poucos, ela perde a noção de o que é real. A interpretação da Carla Gugino se destaca ao ponto que, mesmo entendendo a loucura de seus atos, passamos a entender seus motivos (mesmo que tenham sido influenciados). Tal sensibilidade de Olivia que também vive nas suas três filhas. O elenco como um todo está ótimo em A Maldição da Residência Hill, mas vale destacar o trabalho da Victoria Pedretti (Nellie), Oliver Jackson-Cohen (Luke) e Kate Siegel (Theo).

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Cada criança da família experiencia os acontecimentos paranormais de uma forma diferente, o que acaba impactando eles de formas também diferentes. É muito interessante observar a personalidade de cada um: a negação dos mais velhos, a confusão dentro da Theo (irmã do meio) e a entrega dos mais jovens. Cada forma de encarar (ou não) o passado floreia os atritos e divergências entre os irmãos. Além de, com o objetivo de proteger a todos, o pai da família, Hugh Crain, esconde a verdade da fatídica noite que muda a vida de todos pra sempre.

Os efeitos especiais, tanto de maquiagem, quanto de elementos gráficos são bem críveis. Cumprem o papel que lhes foi dado. Só aponto a falta de inovação ao representar corpos mortos na forma de espíritos. Corpo esverdeado, talvez azulado, com marcas de podridão. É assustador dentro do contexto, mas poderia ter sido mais elaborado.

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O final da série não dá pistas de como seria uma continuação. Ok, talvez uma só. A relação da família Crain com a mansão é, em sua maior parte, concluída. Por isso, acredito que, se houver próximas temporadas, a série focará na vida das outras famílias que um dia moraram ali (e faleceram ali também).

Finalizando, então, a história de A Maldição da Residência Hill é uma montanha-russa de acontecimentos e emoções que se perdem dentro da relação espaço-tempo. Só no décimo e último episódio que Nellie, a caçula, explica todos os segredos pelos quais a família Crain mantinha seus olhos fechados. E sim, você vai chorar. É… tem drama no meio dessa série de terror (ou suspense), mas a trama é completamente viciante e envolvedora. Vale a pena dedicar um tempo para ver e rever está série maravilhosa!

@carol.sanchess