Atlântida

Olha, deixa eu ser sincero desde o princípio: Eu amo jogos da Franquia LEGO. Desde que eles adotaram essa ideia de pegar franquias renomadas e “LEGOficá-las”, eu sou um dos muitos apaixonados pelos games. O primeiro a receber este tratamento foi Star Wars, em 2005 e vamos combinar que é um começo mais do que justo. De lá pra cá tivemos tudo quanto é franquia nessa onda. Indiana Jones, Harry Potter, Senhor dos Anéis e por aí vai. Lembram como era na época?

Lego Star Wars, PS2, 2005

Acontece que, mesmo com uma diferença ou outra, nem o maior fã podia negar que a fórmula era extremamente parecida, com um ou outro grande detalhe fazendo a diferença. E é aí que LEGO DC Super Villains entra. O jogo já está disponível para Xbox One, PS4, Nintendo Switch e PC, e a fórmula ainda é parecida, mas ao invés de um detalhe grande, temos diversos pequenos detalhes que fazem toda a diferença, e é deles que vamos falar hoje.

WHO’S BAD?
Vamos começar pelo básico: Esse é um jogo sobre vilões! Você não está controlando Jedi ou o Capitão América, você joga com os criminosos, e isso já é uma mudança de ares interessante.

Não só isso, mas diferentemente dos outros jogos, onde você pode criar um personagem se quiser para repetir as fases de forma alternativa, nesse jogo o seu personagem é O CENTRO da história principal. E é desde a criação deste personagem que já conseguimos ver a quantidade de carinho e detalhe que foi posta no jogo.

Simplesmente porque o leque de personalização é gigantesco.

Diversos poderes, habilidades, roupas, cabelos, armas e detalhes para você fazer um personagem que te divirta e te faça dar uma risada ou outra enquanto joga. Este personagem vai acompanhar os grandes vilões da DC que todos conhecemos e amamos, como Lex Luther, Coringa, Arlequina e por aí vai.

Após a criação do personagem temos o começo da história, e aí eu quero parar rapidinho para pontuar uma coisa que eu acho extremamente importante e já agradeço aos estúdios da WB Games: A dublagem desse jogo é muito bem feita.

Em inglês temos atores extremamente consagrados, como Mark Hamill (nosso querido Luke Skywalker) fazendo a voz do Coringa. Já em português temos grandes vozes fazendo um trabalho realmente sensacional. A Arlequina me arrancou diversas risadas, admito. E isso é extremamente importante se tratando de um jogo para ser jogado pela família inteira.

Então, se você é pai/mãe e quer jogar com seu filho(a), ou simplesmente não fala inglês e gosta de jogar sem se preocupar com legenda, saiba que nesse jogo você pode confiar na qualidade da localização. Até os vilões estão com seus nomes localizados, como Arlequina ao invés de Harley Quinn.

E se quiser jogar com as vozes originais, vai ter um elenco de estrelas pela frente. Em relação à história, não vou dar nenhum spoiler, apenas dizer que o jogo conta uma história original e muito engraçada, com um pouco para todo mundo, desde aquela pessoa que não conhece nada do universo DC, até referências para os fãs mais hardcores.

Esteticamente Lego DC é um jogo bom. Não vou dizer que o gráfico é maravilhoso com texturas hiper-realistas, até porque acho que ninguém espera isso de um jogo de LEGO, então eu diria que, baseado na expectativa e no material base (LEGO), o jogo é muito competente e agradável na parte gráfica.

Um ponto em que o jogo manda muito bem em relação à parte audiovisual é a identidade criada para ele. As cores nos menus são remanescentes de esquadrão suicida e de outros vilões da DC, como o Charada, enquanto as músicas pontuam bem o tom do jogo e da aventura. Há quem diga que um jogo com a estética fofa como a dos jogos LEGO não combina com o tema de vilões, e eu normalmente concordaria, mas o tom do jogo é tão diferenciado que, no final, a mistura parece extremamente natural.

A gameplay é interessante. Cada personagem tem seus próprios traços e uma habilidade especial (algumas delas me fizeram sorrir de uma forma genuína, seja por referência ou gracinha), fazendo com que nenhum personagem seja exatamente igual, mesmo tendo muitos personagens. O combate por sua vez é bastante repetitivo, mas isso é assim há 14 anos, e acaba sendo quase irrelevante, já que combate não é necessariamente o foco do jogo e apenas lhe ajuda a ganhar mais moedas. A parte de combate que realmente importa, que são os chefes, são variadas o suficiente e sempre divertidas.

Meu principal (e único) problema com o jogo é o tamanho das fases. Elas são bem grandes, às vezes chegando a durar 20 minutos ou mais se você quiser pegar todas as moedas para conquistar o título de “Vilão verdadeiro”. 20 minutos por fase normalmente não seria um problema em um jogo, mas os jogos LEGO te fazem jogar a mesma fase mais de uma vez para completa-la, uma no modo história, com personagens pré-determinados, e uma no “modo livre”, onde você pode jogar com outros personagens a mesma fase.

É frustrante quando, ao final da segunda vez, você nota que esqueceu ou não viu um item e tem que repetir a missão gastando mais vinte ou trinta minutos para pegar uma coisinha. Mesmo assim, as fases Lego DC Villains são extremamente divertidas e cheias de conteúdo. Além disso, é bem tranquilo de conseguir completar a fase em duas tentativas, desde que se preste atenção. Logo, o único problema que eu tenho com o jogo é mínimo e pode ser controlado. Fora isso, não consegui encontrar mais nada que me aborrecesse jogando! Me diverti muito.

E a bagunça que dá pra fazer nos jogos LEGO?
Existem áreas exploráveis e bem vastas, onde o jogador encontra coisas das mais variadas para fazer, desde corrida de bicicleta até recrutar novos vilões. Estas áreas aumentam muito a vida útil do jogo e a quantidade de coisa para se fazer nele. Outra coisa bacana que este jogo tem é um celular pra fazer selfies. Pode ser muito engraçado juntar dois ou mais personagens que não teriam uma boa interação em outras situações para tirar uma fotinho sorrindo com filtro. O jogo ainda conta com veículos e muita coisa para liberar, sem contar os extras que você consegue encontrando peças de lego vermelhas nas fases.

No final das contas, LEGO DC Super Villains é um ótimo jogo, extremamente polido (basicamente não encontramos bugs), com muitos personagens clássicos, músicas e vozes sensacionais, uma história engraçada e surpreendentemente cativante e muitas, mas muitas coisas para coletar. Além disso a quantidade de fan-service é gigantesca. O jogo traz para a mesa muitas ideias legais em relação à formula dos jogos LEGO e pode ser muito útil para seus sucessores.

O jogo ganha uma nota 7.8/10 aqui no Infosfera e a nossa recomendação para quem gosta de se divertir jogando, seja sozinho ou acompanhado. Obrigado aos estúdios da WB Games que nos mandaram uma cópia do jogo para análise. A análise foi feita na versão de PS4.