havíamos falado aqui no Infosfera sobre as restrições que Steven Spielberg, o multi-premiado e extremamente adorado diretor e produtor de cinema, tem com filmes feitos por plataformas de streaming como a Netflix.

Segundo ele, estas produções que são feitas apenas para “pequenas telas” não deveriam ser elegíveis para premiações de cinema como o Oscar, por exemplo.

Agora o Festival de Cannes (um dos mais importantes festivais de cinema do mundo) resolveu BANIR as produções da Netflix de participarem de suas honras, segundo entrevista do principal líder do festival, Theirry Fremaux. Segundo ele:

“Ano passado, quando selecionamos dois filmes [Okja e The Meyerowitz Stories] para o Festival, pensamos que poderíamos convencer a Netflix a distribuí-los nos cinemas. Foi uma presunção nossa, e eles se recusaram.”

E Fremaux continuou:

“A Netflix adorou o tapete vermelho e queria estar presente com outros filmes. Mas eles entendem que o modelo deles é o oposto do nosso. Temos que entender a existência dessas empresas novas: Amazon, Netflix e provavelmente logo a Apple. Precisamos defender a imagem do nosso festival, que assume riscos e questiona sempre o cinema, e precisamos estar aqui todos os anos”.

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Esta é uma discussão extremamente pertinente e que provavelmente será peça central nos próximos anos para o Oscar também. Um filme deixa de ser um filme quando ele não é exibido em salas de cinema em um modelo tradicional? O que acontece quando empresas gigantescas e com orçamentos enormes começarem a fazer filmes melhores do que os feitos em estúdios de cinema?