Então acabou mais um ano e aqui no Infosfera a equipe assistiu toneladas de séries e episódios em todas as mídias possíveis para podermos fazer um Top Ten de melhores séries de TV.

As duas únicas regras para entrar na lista eram: 1. tem que ser uma série nerd (sci-fi, fantasia, HQs, viagem no tempo e etc) e 2. tem que ser uma série estreando em 2017.

Isso deixa de fora séries excelentes, claro. Big Littles Lies é deste ano, mas é um drama. The Good Place e Preacher foram ótimas, mas em 2017 tiveram sua 2ª temporada. Com tudo isso aqui estão as 10 melhores séries nerds que estrearam em 2017:

10 The Gifted

Uma série que quando foi anunciada quase ninguém pensou que seria algo interessante, The Gifted teve uma estreia interessante e com conteúdo. E o mais importante: ela realmente se conecta com o universo mutante do cinema (ou pelo menos se conectava, antes da compra da Fox pela Disney) contando duas histórias diferentes que se mesclam em algum momento.

Não é uma série perfeita, claro; e talvez ela sofra por não imergir completamente dentro do universo dos X-Men, mas tem tramas que podem se tornar algo, com uma direção competente, atuações robustas (mesmo as dos adolescentes) e uma interligação boa com o universo mutante.

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9 DuckTales

O reboot do clássico desenho da infância de todos nós foi algo brilhantemente orquestrado pela Disney, com ilustração modernizada, atores fazendo um trabalho de voz sensacional e uma atualização necessária às histórias de Tio Patinhas e sua turma de patos aventureiros.

Ducktales sofreu um pouco com a estreia picotada, e disponibilizada em um canal infantil (claro) não tão bombado quanto uma Netflix da vida, mas quando aquela abertura clássica começa, com a música tema cheia de nostalgia e promessas, o desenho se mostra uma comédia ótima, boa para crianças mas ao mesmo tempo surpreendente para adultos.

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8 Runaways

A Hulu se mostrou uma competidora à altura da Netflix, com o grande sucesso do ano; mas com Runaways a empresa mostrou que tem fôlego para entrar no mundo fantástico e altamente lucrativo das coisas baseadas em histórias em quadrinhos.

Runaways  é baseada em uma série de HQs aclamada pela crítica, criada pelo super-roteirista Brian K. Vaughn. Nela os adolescentes protagonistas descobrem que seus pais são membros de um culto super-secreto, são vilões, com superpoderes, e esperam que os filhos se juntem a eles no mal.

A partir daí a série se torna em uma grande aventura, com rituais de iniciação tanto no mundo adolescente quanto no mundo dos super-poderes. Tudo isso com personagens interessantes e diálogos ágeis (graças ao material de origem da Marvel) e à produção que soube trazer um estilo jovem e vibrante.

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7 Riverdale

A adaptação das aventuras adolescentes de um personagem clássico das HQs americanas, Archie, para a TV podia ser – convenhamos – uma grande porcaria. Mas tratamento é tudo. E Riverdale é completamente diferente e ao mesmo tempo completamente igual às aventuras de Archie.

A questão é que o que é igual é a parte boa, e o que é diferente é original, misterioso e sedutor.

Funcionando quase como um Twin Peaks adolescente, Riverdale comça com um mistério objetivo. Mas desenrola uma trama de suspense noir, com toques macabros e humor refinado. E os personagens são todos excelentes.

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6 Punisher

A parceria Netflix/Marvel teve seus altos (Demolidr e Jessica Jones) e seus baixos (Punho de Ferro). Mas com Justiceiro (The Punisher) a Netflix voltou a produzir conteúdo interessante dentro do universo Marvel.

Protagonizado por alguém que parece que nasceu para viver o anti-herói Frank Castle, Jon Bernthal, a série mistura um suspense policial com histórias militares e de espionagem dentro de um cenário comum: Nova Iorque. Desta vez a vida do Justiceiro volta ao turbilhão envolvendo o assassinato de sua família e a conspiração governamental para encobrir os crimes de guerra dos EUA.

Mas na real, a série produzida para um público de 18+ anos tem uma grande qualidade: é totalmente focada em tiro, porrada e bomba.

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5 Dark

Todo ano uma série de ficção-científica chega de fininho no final do ano, sem avisar ninguém, e mostra como se faz. Em 2016 a excelente The OA desnorteou as pessoas com sua mistura de aventura, suspense, sci-fi e misticismo e deixou todo mundo se questionando o que tinha acontecido.

Em 2017 a série alemã Dark estreou na Netflix com uma história conhecida, “o mistério envolvendo adolescentes em uma cidade pequena e cheia de histórias não explicadas” que tanto se espalhou pela TV ultimamente (Stranger Things, The OA, Riverdale e etc), mas com algumas mudanças essenciais no tom e no desenvolvimento da história.

No final, enquanto a maioria das séries se ocupa do “o que”, ou do “quem”, Dark se ocupa do “quando”. Preste atenção em tudo quando assistir os 8 episódios da série.

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4 Legion

Em 2017 duas séries dentro do universo mutante estrearam na TV. The Gifted foi uma delas, boa, mas com fraquezas estruturais próprias de muitas séries de TV comuns.

Legion é a melhor das duas, misturando uma narrativa onírica e não-linear contada pelo excelente showrunner Noah Hawley e uma história excitante de fuga, identidade, paranoia e doença mental com um personagem menor do mundo dos X-Men, mas que funcionou muito bem e trouxe uma das melhores surpresas de 2017.

Vale a pena ver, por ser uma série que soube lidar de maneira genial com suas restrições orçamentárias e contou com grandes atuações de um elenco de médio-escalão.

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3 Twin Peaks

Twin Peaks é uma continuação. Mas o retorno da série cultuadíssima por muitos após tanto tempo pareceu algo tão novo e refrescante que mereceu entrar nesta lista.

A série é difícil de ser definida, variando entre o surrealismo e o estranhamento, e o mistério e o suspense. O criador David Lynch comanda tudo com uma mão extremamente e controladora, mostrando uma competência e um domínio que poucos cineastas poderiam tentar hoje em dia.

(E tem momentos incompreensíveis, como quando durante 5 minutos um chão sendo varrido é mostrado).

Twin Peaks é genial. E o mais próximo de arte que qualquer uma das séries neste top ten pode ser. E sem ela talve não tivéssemos nenhuma das séries mais interessantes hoje em dia.

A história básica (mas Twin Peaks é muito mais do que isso) envolve o retorno para a realidade do agente Dale Cooper, preso em uma micro-realidade metafísica depois de 25 anos após o final da segunda temporada de Twin Peaks. Na nossa realidade, ele tem um doppelgänger, uma cópia maligna que conspira em uma trama que se dividirá por três localidades diferentes dentro da série.

É uma loucura, mas é uma loucura das boas.

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2 American Gods

Baseado em um best-seller de Neil Gaiman, a série produzida pelo canal Starz mostra uma história em que os deuses andam entre nós, nos dias de hoje, travando uma guerra ancestral por poder invisível aos olhos humanos, mas que atinge a todos, em todos os níveis.

Nesta realidade, o ex-presidiário Shadow Moon é contratado por um misterioso personagem, que se identifica apenas como Sr. Wednesday, para acompanhá-lo em uma busca por personalidades estranhas e impossíveis, que o ajudarão na guerra entre os antigos e os novos deuses.

American Gods é excelente. O livro é excelente. Tudo que Neil Gaiman toca vira ouro. Veja a série e sonhe.

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1 The Handmaid’s Tale

A primeira série a ganhar um Emmy tendo sido produzida por um estúdio de streaming e não por um canal tradicional americando, Handmaid’s Tale é a história distópica que mostra um futuro tenebroso em que os direitos individuais são tolhidos. E os direitos das mulheres são eliminados.

Na história, a Handmaid (ou Aia, ou Criada) interpretada por Elizabeth Moss é separada de sua família, destacada como uma procriadora e designada como um útero escravo para seus novos donos, um casal que não pode ter filhos.

A história original foi escrita por uma das mestres da ficção-científica mundial, a canadense Margaret Atwood, e foi considerada uma das grandes séries do ano. Uma realidade em que radicais religiosos se posicionam contra direitos individuais, e travam uma guerra com as liberalidades cometidas por “pessoas sem religião, sem moral e sem pudores”, The Handmaid’s Tale é um soco no estômago para muitos, não porque mostre um futuro possível, mas sim que mostre uma realidade provável.

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