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O Orkut vive hoje seu último dia de alegrias. Parece que foi ontem que recebemos o tão aguardado convite para entrar ao seleto clube. Era 2004 e vibrávamos com as inúmeras possibilidades de GTA San Andreas, com o enredo incrível de Half-Life 2 e Halo 2 e com o realismo absurdo de Far Cry (tá, quem não era nerdão nem vai lembrar disso :/).

Naqueles tempos em que ter um Nokia 6010 com tela colorida era sinônimo de status e transformava alguém em rei do camarote, o que valia na recém-surgida vida virtual eram as seis características abaixo e tudo o que se temia era ver a foto de uma cela de cadeia no avatar, o que ocorria quando clicavam em “Report as bogus”, ou seja, quando denunciavam o perfil.

Escolhemos só seis características em homenagem à Teoria dos Seis Graus de Separação que definiu o conceito do Orkut. Confira:

Depoimentos

Os “depôs” eram uma verdadeira obsessão entre os usuários pois servia como medidor de popularidade. Normalmente, quem recebia mais “depôs” era tido como o mais querido. Os depoimentos ficavam ocultos até serem aceitos e, com isso, eram uma suposta garantia de privacidade para confissões e causos, que se encerravam com um clássico “Naum aceita neh”. Não é preciso dizer quantas tragédias isso causou?

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Scraps

Os scraps, ou recados na versão em português lançada em abril de 2005, eram o espaço aberto para o flerte, para puxar conversa e também avisar que estava adicionando alguém. Era comum a frase célebre “naum add sem scrap” escrita na descrição dos perfis mais populares, como da guria gata de biquíni, dos cabelos coloridos ou do emuxo estiloso com nome de algum doce.

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Comunidades

A parte mais produtiva do Orkut eram as comunidades. Elas funcionavam aos moldes dos fóruns de internet, ainda que bastante limitadas no começo, mas acrescentando no decorrer dos anos funções consagradas das discussões, como inserção de imagens e vídeos, e até a possibilidade de reproduzir citações (quotes) de outros usuários. Tinha comunidades profundas para discutir o pós-modernismo pela ótica de Lyotard até para falar sobre aquela professora querida da oitava série. Claro, não faltavam comunidades de cunho sexual e até voltadas aos exibicionistas, em um tempo que o MSN era o mais próximo de Whatsapp…

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Ranking (cubos de gelo, corações e smileys)

Um recurso presente antigamente e que acabou sendo extinto nas versões mais recentes era o rankeamento de usuários da rede. Era possível classificá-los de um a três pontos para três categorias: smileys serviam para saber o quão legal o usuário era, os cubos de gelo para saber o quão confiáveis e corações para medir o sex appeal. Também era possível se declarar fã de um usuário clicando numa estrelinha.

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Visitas recentes

Se a vida virtual é carregada de vaidades e também um recurso adicional à “pegação”, saber quem visita o perfil é um recurso quase óbvio e desprovido de qualquer privacidade. Relacionamentos surgiram a partir daquele visitante frequente, e muitos devem ter acabado após ciúmes por frequência de visitas da concorrência. Manter o recurso acionado era opcional, mas quem o habilitasse, também poderia ser visto bibilhotando o perfil alheio.

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Fakes

O Orkut era quase uma terra sem lei e, por lá, dominavam os perfis falsos, também conhecidos como “fakes”. Era comum ter entre os amigos personagens famosos, animais caricatos e qualquer outra entidade fisicamente incapacitada de criar uma conta na rede. Sabe aquele emuxo ultra popular já citado? Suas fotos com o cabelo alisado na chapinha e luvinhas listradas eram conteúdo fértil para a criação de perfis falsos com nomes como Karameluh Xocolat, Balah DGoma e PaumDAhgua. As celebridades também recebiam vários perfis fake, alguns elogiosos, outros nem tanto. Espécie mais rara no Facebook, devido às benditas políticas de privacidade e compromisso de veracidade dos dados de cada usuário.

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Depois tantas memórias, saiba como salvá-las com o guia que o Infosfera preparou. E também confira o Museu do Orkut, que promete não deixar o samba acabar.

Como qualquer lista, essa não é definitiva e o objetivo é que vocês lembrem aí abaixo outros recursos que tanto nos farão falta nos “domínios de Zuckerberg”!