O ano termina em dois dias. É hora de dar aquela olhada para trás e lembrar o que foi destaque em 2010. Na coluna impressa no caderno ZH Digital, da Zero Hora desta quarta-feira, já introduzi alguns assuntos. Mas aqui no blog, com mais espaço, é possível aprofundar um pouco mais a retrospectiva.

Para começo, 2010 foi com certeza o ano dos tablets. Tudo bem, o dispositivo não foi inventado nesse ano; mas foi agora, sem dúvida, que os “computadores prancheta” ganharam notoriedade. Primeiro graças ao iPad, lançado em abril. O iPad foi divulgado pelo próprio CEO da Apple, Steve Jobs, como o maior anúncio da vida dele – e olha que o cara não lançou pouca coisa.

Na cauda do cometa surgiram diversos concorrentes. Destaque para o Galaxy Tab, da Samsung, o primeiro aspirante a “iPad killer” que parece ter dado uma sacudidinha, ainda de leve, na hegemonia da Apple no setor. Já tem gente, por exemplo, que se pergunta se é melhor comprar um iPad ou um Galaxy Tab. O efeito colateral do ano dos tablets foi um resfriamento no mercado de netbooks, que encerrara 2009 em alta.

Envolvido com toda essa disputa entre tablets e netbooks, outra vedete da temporada foi o sistema operacional Android, da Google. Rodando em vários smartphones – diferentemente do iOS, exclusivo para iPhone – o software conseguiu galgar degraus de popularidade e se tornar um dos mais usados do mundo. Mais do que isso, cresceu tanto que “migrou” para um dispositivo maior – justamente o tablet da Samsung.

A ironia é que, no final do ano passado, esperava-se muito em 2010 de um sistema operacional Google, mas um com outro nome: o Chrome OS. O sistema voltado para netbooks acabou ainda não dando as caras para valer, e parece acompanhar a queda na procura pelo hardware para o qual é pensado. O irmão Android pode vir a ser o responsável pela sua morte prematura.

A rede social Facebook cresceu no Brasil em 2010, embora ainda siga atrás do queridinho do povo Orkut. E nesses 12 meses também se ouviu repetido quase à exaustão o nome de seu criador, Mark Zuckerberg. O CEO foi o grandão entre os figurões de tecnologia. Teve filme sobre sua vida (The Social Network), virou personagem de quadrinhos, apareceu no desenho “Os Simpsons”, figurou na lista dos maiores ricaços e foi escolhido a personalidade do ano pela revista Time. Em contrapartida, o executivo-chefe da Apple -Jobs – também teve seus prêmios: personalidade do ano do “Financial Times” e CEO da década do Wall Street Journal.

Também é importante notar em 2010 a consolidação do Twitter como um site popular entre os brasileiros. O uso do microblog tornou-se (mais) difundido em programas de televisão, rádio e outros veículos não relacionados diretamente com temas de tecnologia. Tuitar virou verbo da Língua Portuguesa e deixou de ser coisa só de geek. Muitas campanhas iniciadas por brasileiros – como o “CALABOCAGALVAO” – viraram trending topics internacionais, e personalidades brasileiras figuraram nas listas de mais comentados e influentes do serviço no mundo todo.

O Twitter foi, ainda, ferramenta com presença marcante durante as eleições presidenciais, tanto pelos candidatos quanto pelos eleitores. E, falando em política, merece também menção o caso do WikiLeaks, o site de vazamento de informações confidenciais cujo conteúdo pode gerar manchete, mas que acabou se tornando ele próprio manchete na imprensa e motivo de polêmica.

Na próxima semana, chutes sobre o que se pode esperar de 2011. E no primeiro podcast Backup do ano que vem, retrospectiva e perspectivas, tudo em um só episódio.

Em 365 dias, muita coisa deve ter escapado dessa retrospectiva. Então, colaborem e deixem seus destaques do ano nos comentários.

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