Em 2010 a dupla fez sua primeira excursão para fora do país. Eles tocaram no Brazilian Day em Nova York. Depois disso alçaram voos mais distantes: México, Portugal e Espanha. Mas apesar do passaporte cheio de carimbos, Claus e Vanessa não pretendem deixar desamparado o Brasil – e, sobretudo o Rio Grande do Sul – nessa empreitada após o lançamento do DVD ao vivo.

Nem teria como.

Com doze anos de carreira, a dupla vem colecionando sucessos e histórias ao longo de todo esse tempo. Desde os barzinhos da Cidade Baixa até as viagens e o DVD. E eles falaram de tudo isso pra Atlântida.

Doze anos de carreira em março, certo?

Claus: É isso mesmo. Doze anos desde que tocamos em barzinhos em Porto Alegre. A gente tinha uns 20 anos.

Vanessa: Se for contar tempo de noite mesmo eu canto desde os 16 anos. Mas nós dois juntos desde 2000, 2001.

E oque vocês ouviam com 20 anos?

V: Oque a galera na época ouvia com 20 anos: Marisa Monte, Djavan, MPB… A galera com 20 anos curtia música brasileira.

C: E não tinha isso de mp3 na época, então a novidade as vezes demora a aparecer. Mas de internacional eu já curtia Sublime, Hoodoo Gurus… Esse som mais do surfe.

Foi nessa época mesmo que vocês se conheceram e começaram a namorar?

V: É, foi nessa época. Tu nem lembra mais né?

C: Eu tava dando uma palhinha com o Armandinho num bar e ela tava sentada ali na frente. Aí eu disse pra ela que estava querendo dar continuidade em um projeto que eu tinha com a minha irmã, que estava saindo da dupla. Ela topou, a gente começou a ensaiar e nossos gostos musicais bateram. Foi aí que começou. A gente ia tocar e a galera recebeu bem o nome Claus e Vanessa. Depois disso não teve como mudar e a gente não se separou mais.

E quando é que vocês se deram conta que o trabalho de vocês tomou uma proporção grande?

C: A gente nessa estrada de doze anos passou por bastante coisa. Nada nunca aconteceu da noite pro dia. Foi um processo longo.

V: Nada do que a gente conquistou foi na boa. Ninguém apareceu e pá! As vezes a gente ia até na contramão do que outras pessoas acreditavam. Foi com muito trabalho.

Teve algum momento no começo da carreira de vocês que foi marcante, que vocês guardem na memória?

C: Ah tem sim. Quando a gente embalou e começou a pegar o fio da meada nos bares. Quando a gente começou a fazer um repertório bacana pra galera, a colocar o nosso estilo. A gente começou a ter uma galera que seguia a gente. Aí nessa época a gente tocava no Café do Lago – tocamos lá por 8 anos – então ali era nosso lugar, todo mundo sabia que ia lá e ia curtir o nosso som e aí começou a dar uma liga.

E como foi que rolou com a música na trilha sonora da Malhação?

V: Foi assim: um cara ouviu nosso som lá em Camboriú e levou pro Arnaldo Sacomani. Ele se apaixonou e levou pro Rick Bonadio. A gente ficou um ano e meio com o Rick Bonadio e foi através dele que a gente tocou na Malhação.

Foi nessa época que vocês cresceram pro Rio e São Paulo. Vanessa, tu fala que a Ana Maria Braga foi uma madrinha de coração de vocês. Por quê?

V: É ela foi sim. Foi ela que quis trazer a gente para o programa dela, ela inclusive cantava as músicas. A gente tava lá tocando e olhava pra Ana Maria Braga e ela sabia todas as letras! O marido dela deixou nosso CD no carro dela então ela sempre ouvia indo pro trabalho e acabou decorando tudo! A gente fez o último programa do ano, com música ao vivo, foi bem bacana.

Depois de conhecer a Ana Maria Braga e já ter músicas na boca da galera: como foi fazer o Brazilian Day?

V: A gente tinha um compromisso em Nova York e foi através do nosso empresário que conseguimos esse lance do Brazilian Day. Não era nada certo no início. Mas que deu certo! E talvez a gente volte nesse ano, né Cau?

C: É não é tão certo quanto voltarmos pra Europa. Já temos três shows marcados em Portugal.

Pois então, em Portugal vocês chegaram no Top 3 das mais baixadas do iTunes.

V: Chegamos em segundo lugar.

C: É tinha mais a Lady Gaga, Shakira…

Em que momento vocês começaram a usar a internet como divulgação?

V: Desde o começo.

E vocês tem alguma encanação com baixar a música de graça na internet?

V: Nenhuma. Inclusive tem que transformar a internet na nossa amiga e não inimiga. Se quiser baixar é só acessar o site e baixar de graça. A gente disponibiliza tudo.

C: Inclusive no nordeste piratearam Medo de Amar. Os caras colocaram em CD de Axé, Tecnobrega. Eles iam nos shows e diziam: “Nosso novo sucesso, Medo de Amar!” Aí não né? Furar os olhos não!

Janeiro do ano passado veio DVD.

V: O DVD tá sendo o encerramento de um ciclo. É um resumo dos dois últimos discos e que conta nossa história: como tudo começou, oque a gente passou… Tá tudo ali no DVD. E aí fecha um ciclo. E a cabeça já está no quarto disco.

C: O DVD tá sendo lançado lá em Portugal também.

E vão pra Europa denovo? Quando vão?

C: É pra ser no verão deles agora em junho, julho. O lance é que a música entrou mesmo em Portugal.

V: A gente fez televisão. A gente saia do programa ia pro shopping e já rolava autógrafo e tal. Foi muito legal!

E novidades? Vocês já tem na cabeça como vai ser o próximo disco?

V: Já. Tem algum repertório já pra esse próximo disco.

C: Mas a gente não sabe se vem daqui a pouco um outro DVD, ou só um CD…

A vibe que vem nesse próximo trabalho… Como é?

C: Moderna. Mas a gente não vai arredar o pé do violão, da nossa marca. A gente vai ter essa parte moderna, de ter o remix mas também vai ter o violão.

V: Na verdade a gente tem bastante liberdade pra fazer oque quiser. Daqui a pouco a gente coloca alguma coisa de reggae.

E as novidades vêm ainda esse ano?

V: Não, esse ano a gente vai focar na divulgação do DVD e focar em fazer esse novo CD.

Se vocês pudessem convidar qualquer pessoa pra tocar com vocês, fazer uma parceria. Quem seria essa pessoa?

V: Marisa Monte! Eu acho que eu choro!

Fofos, queridos, talentosos e nçao moram muito longe de ti.

por Arthur Gubert