David-Oyelowo-plays-Martin-Luther-King-Jr-in-Selma

Em 4 de abril de 1968, o movimento negro nos Estados Unidos perdia uma das suas maiores vozes. Assassinado, Martin Luther King Jr. se juntou ao líder revolucionário Malcolm X e milhares de outros negros vítimas do racismo norte-americano, que matava e segregava na década de 1960 e mata e segrega em 2015. Em respeito a sua morte, o Oscar daquele ano, que ocorreria quatro dias depois, foi adiado. 

47 anos depois, o filme “Selma – Uma Luta Pela Igualdade”, que retrata uma passagem menos midiática na trajetória do ativista, porém não menos importante, a marcha de Selma a Montgomery, no Alabama, reivindicando o direito a voto aos cidadão negros, ganhou o Oscar de melhor canção original com “Glory”.

Na premiação, John Legend e Common homenagearam Martin Luther King, reproduzindo ao vivo a faixa, emocionando a plateia também com seus discursos em prol dos direitos civis igualitários. “O espírito desta ponte transcende raça, gênero, religião, orientação sexual e status social. O espírito desta ponte conecta o garoto do sul de Chicago, sonhando com uma vida melhor, com o povo na França defendendo sua liberdade de expressão, com as pessoas em Hong Kong protestando por democracia. Essa ponte foi construída em cima da esperança, moldada com compaixão, e elevada pelo amor por todos os seres humanos”, disse Common, se referindo a ponte por onde Martin Luther King conduziu a marcha mostrada no filme há 50 anos. 

John Legend também ressaltou o quanto a luta pela igualdade racial é atual. “Nós vivemos no país com mais aprisionamentos do mundo. Há mais homens negros sob o controle corretivo hoje do que sob a escravatura em 1850. Quando as pessoas estão marchando com a nossa canção, nós queremos dizer a vocês que estamos com vocês, que vemos vocês, que amamos vocês. E continuem marchando”, declarou.