cerveja mulher

“É muito feio mulher beber”, “Mulher bêbada é vulgar”, “Cuida pra não ficar bêbada”, “Drink é coisa de mulher, cerveja é de homem“, “Mulher minha não coloca uma gota de álcool na boca”. E por aí vai.

Toda mulher já ouviu frases como essas, sejam direcionadas para elas mesmas ou presenciadas em alguma conversa. O preconceito com mulheres que adoram uma cerveja nos fins de semana, ou todos os dias (por que não?), chega a ser quase palpável!

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A própria indústria cervejeira produz praticamente todo o conteúdo publicitário voltado para o público masculino, representando eles como consumidores e de quebra objetificando uma mulher – ou várias – no processo. Se o público consumidor fosse 100% masculino eles ainda teriam algum argumento, por mais superficial que fosse – e estou sendo bem legal, porque realmente não há fundamentos para continuar objetificando uma mulher – para justificar o tipo de publicidade, mas eles estão simplesmente se agarrando à uma cultura machista onde os homens dominam os bares do mundo e às mulheres passivas ao ambiente.

Um exemplo disso são as pesquisas recentes na área, o Instituto da Cerveja Brasil indica que 62% das mulheres preferem a bebida na hora de comemorar bons momentos, além disso, dados divulgados em 2010 pela Sophia Mind Pesquisa e Inteligência de Mercado, apontam que, do total de mulheres que consumiram bebida alcoólica no período pesquisado, 88% preferem cerveja e 38% a ingerem pelo menos uma vez por semana.

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Por mais que o mercado da cerveja, principalmente da artesanal, tenha se expandido e o público feminino se posicionado a favor da gelada, para combater o preconceito o movimento “We all Love Beer“, em tradução literal “Todos Amamos Cerveja”, surgiu. Em 2015 a organização publicou um vídeo, que se tornou viral em poucos dias, mostrando casais pedindo bebidas alcoólicas em estabelecimentos dos Estados Unidos, na dinâmica homens pediam drinks, que normalmente são atribuídos à mulheres, como Dry Martini ou Champanhe, enquanto as mulheres solicitavam suas amadas cervejas. O que acontece é o garçom entregando os drinks para as damas e a cerveja para os cavalheiros, confira:

O que poucos sabem é que cerveja sempre foi coisa de mulher! As primeiras cervejas fabricadas na história foram feitas por mulheres por volta do ano 4000 a.C, na Mesopotâmia, mesmo que a data e local não sejam precisas, é fato que a grande maioria desses cervejeiros pioneiros eram mulheres. Na Babilônia e na Suméria, na mesma época, as mulheres cervejeiras – chamadas de “Sabtíem” – possuíam grande prestígio e eram consideradas pessoas especiais e quase divinas. O poder feminino era tão importante que a própria deusa da cerveja, segundo a mitologia sumeriana, é uma mulher conhecida como “Ninkasi“.

Sobre a maravilhosa geração de mulheres que decidiram ligar o f*da-se para todos os comentários e “opiniões” que as reprimiam e foram aos bares não para frequentá-los, mas para conquistá-los: que orgulho! Vai beber um litrão da ceva mais barata do boteco ou na cervejaria artesanal mais cara da cidade, com o boy ou a girl companheirx de copo, com as amigas e até mesmo sozinha, minha filha! Toma a trilha sonora:

O boy tá enchendo o saco? Não deixa você beber? Então minha querida leitora, eu vou parafrasear um conselho que já estou quase colando na testa, da minha xará Letticia Munniz:

“A pessoa que não sabe apreciar os meus bons porres não merece a minha companhia, não merece a minha presença na vida dela (…) gostou, gostou, não gostou fica com outra pessoa. Realmente ninguém é obrigado a gostar de beber, de pessoas completamente alcoolizadas e dando PT no rolê, mas se não gostou vai beijar outra pessoa meu anjinho, eu não vou deixar de beber por causa de beijo a boca. Gostou? Me beija! Não gostou? Dá lugar pro próximo!”

Partiu pro bar? Me chama!

2 beijos, Lê.

@falabrigitte

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