mulher negra

O protagonismo da mulher negra na luta por direitos e igualdade de gênero ganha cada vez mais espaço. Criado em 2014, inspirado no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, o Dia da Mulher Negra tem fortalecido esta luta contra a invisibilidade, mas o enfrentamento destes problemas faz parte do cotidiano diário de cada uma delas.

Por isso, separamos 5 dados para mostrar como é relevante refletirmos e debatermos todos os dias sobre a vida das mulheres negras:

#1 Apenas 10% das mulheres negras completam o ensino superior

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O porcentual de mulheres brancas com ensino superior completo (23,5%) é 2,3 vezes maior do que o de mulheres pretas ou pardas (10,4%). Os dados fazem parte da pesquisa “Estatísticas de gênero”, divulgada na quarta-feira 7 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

#2 Feminicídio de mulheres negras aumentou, das brancas diminuiu

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Entre 2003 e 2013, o número de mulheres negras assassinadas cresceu 54%, ao passo que o índice de feminicídios de brancas caiu 10% no mesmo período de tempo. Os dados são do Mapa da Violência 2015, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Estudos Sociais. Uma evidência de que os avanços nas políticas de enfrentamento à violência de gênero não podem fechar os olhos para o componente racial.

#3 A remuneração de duas mulheres negras juntas, correspondem ao valor de uma não negra

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A população negra, independente do sexo, recebe 50% menos do que a não negra; quando se inclui o recorte gênero a situação fica ainda mais alarmante. A remuneração de duas mulheres negras juntas, correspondem ao valor de uma não negra. De acordo com a Relação Anual de Informação Social (Rais), do Ministério do Trabalho, a mulher negra ganha, em média, R$ 790, o salário do homem branco chega a R$ 1.671,00 – mais que o dobro.

#4 Mulheres negras são as maiores vítimas de violência

• 58, 86% das mulheres vítimas de violência doméstica são negras (Balance do Ligue 180- Central de atendimento a mulher)

• 53,6% das vítimas de mortalidade materna, são negras (SIM/Ministério da Saúde)

• 65,9% das vítimas de violência obstétrica são negras (Caderno de Saúde Pública 30/2014/Fiocruz)

• 68,8% das mulheres mortas por agressão, são negras. Diagnóstico dos homicídios no Brasil (Ministério da Justiça/2015)

#5 Mulheres brancas tem 3,2 vezes mais chances de ganhar uma eleição do que mulheres negras

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O universo de mulheres negras candidatas é próximo ao número total de mulheres brancas candidatas. Contudo, nas eleições de 2014, mulheres negras foram 12,6% das candidaturas a deputado federal, mas apenas 1,9% das eleitas. Enquanto que mulheres brancas foram 16,4% candidatas a deputado federal e 8% eleitas. Ou seja, mulheres brancas têm 3,2 vezes mais chances de ganhar  uma eleição. Mesmo que o avanço da Lei de Cotas para a candidatura das mulheres tenha impactado o número de candidatas negras e brancas, as barreiras de elegibilidade para mulheres negras permanecem superiores.

“O racismo cria uma hierarquia entre as mulheres, coloca a mulher negra na base da pirâmide social. Sendo assim, é necessário pensar ações que deem visibilidade a isso. Mulheres negras são as que mais sofrem com abortos mal realizados, violência doméstica, morte materna. Quando se falar de mulher, tem que se perguntar de qual mulher se está falando”, afirma Djamila Ribeiro.

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