cigarro tai

Estava em uma cidade estranha, longe da família e amigos. Minha rotina profissional era estressante e os intervalos só existiam para os fumantes. Eu ficava com eles fazendo tempo. Um dia, depois de uns 2 minutos lá, alguém me ofereceu, dei uma tragada e devolvi para o colega. Depois virou hábito me oferecerem e eu, aceitar.

Por mais que todos sejam bem informados sobre os malefícios do cigarro, eu achava que era um passa tempo. Nunca me via como uma viciada. Não antes de comprar a primeira carteira.

Me lembro de chegar em casa, colocar a carteira em cima da pia da cozinha e pensar, tá tudo tão difícil e esse treco dá uma acalmada, certo que essa carteira vai durar um mês e também é muito chato pedir cigarro dos outros, eu nunca sei o que fazer com as mãos, e me sinto mais segura fumando. Tudo isso era desculpa para continuar o vício.

Até aí, eu ainda achava que se quisesse parar conseguiria. O dia em que eu contei para minha mãe que estava fumando, foi difícil. Ela não podia mais me controlar, morava sozinha e pagava minhas contas, mas dona Rosa tem frases ótimas para esses momentos, “mas é burra, primeiro por fumar, segundo porque começou depois de velha”. Para ser mais precisa 26… Depois desse dia, senti tanta vergonha que tentei parar e… Não consegui!

Parar de fumar não é como deixar de comer glúten, ou diminuir a quantidade de chocolate que você ingere por dia. A abstinência é física e psicológica. O dependente precisa de apoio. Quando eu falo em apoio, não é o que quer te matar por ter rolado uma recaída, infelizmente recaídas são naturais, ou o que fica te lembrando a cada instante quantos cigarros você deixou de fumar. O apoio que falo é empatia, saber que é difícil, não julgar e dizer que está ali para escutar quando a vontade de suprir o vício é maior que tudo.

Beijos crocantes!

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