Atlântida

Eu entrei rápido, assim que você abriu a porta. Desculpa o meu mal jeito de entrar. Eu sei que a casa tava bagunçada. E eu que sempre fui desastrada, entrei pronta pra te arrumar.

Desculpa o meu mal jeito de entrar. Eu sei que o outro fim é recente e a gente mal sabe o que sente e só quer desenrolar. Calma, ta cedo ainda e eu não to falando sobre casamento ou compromisso, na verdade é mais que isso. Me convida pra ficar. Pode ser por um fim de semana ou só um dia, mas promete que vai guardar esse dia só pra mim. Não é que eu seja egoísta. Mas eu sempre fui minimalista e é nos detalhes que mora o sentimento, no fim.

Nem se grila e não fica preocupado, eu to mais do que acostumada a ser a pessoa certa no momento errado e toda vez que eu chorar fica pra minha consciência. Lembra que um dia falamos sobre essência? Acho que é mais um papo de visão, de ponto de vista. Cê não me quer longe mas não quer que eu invista então por favor nao insista. Não me engana ou prende na sua trama. Foi até prepotente da minha parte achar que sou especial. No fim todo mundo é igual. Me desculpa te chamar de amor, eu não sabia que você era só mais uma paixonite passageira. E passou.

Mas a porta da tua casa tava tão aberta pra mim e você fez questão de me fazer sentir a vontade. Desculpa minha timidez com meu corpo. Desculpa não ser a capa da sua revista ou desculpa o excesso de intimidade. Mas na verdade, eu nem queria tanto assim entrar e você nao queria tanto assim que eu entrasse, peço então rapidamente desculpas a mim mesma pela intensidade, por entrar tão rápido, confiar tão rápido, te amar tão rápido e ainda assim descobrir que posso sair tão rápido, que você me decepcionou tão rápido, que eu vi que não era amor tão rápido e que foi fácil, na verdade, te esquecer tão mas tão rápido.