maternidade real pam

Dizem pra você, que quando seu filho nasce, vai ser um momento mágico, que vai ser amor à primeira vista e aquele momento vai fazer com que tudo faça sentido para você. Mas comigo não foi assim, e para várias mulheres no mundo inteiro não é assim e essa mágica que a sociedade prega na gestação gera uma frustração para essas mulheres quando se veem com um filho no colo. Eu não me tornei mãe quando meu filho nasceu.

Quando eu engravidei, eu não estava pronta para ser mãe e quando meu filho nasceu, eu também não estava. Meu filho veio 4 semanas antes do previsto. Eu só conseguia pensar que eu não podia ser mãe naquele dia, eu tinha mais um mês pra me preparar. Quando ele nasceu, não chorei (e olha que eu sou uma manteiga derretida em pessoa) e não amei meu filho no momento que o vi pela primeira vez. Só conseguia pensar se eu realmente não estava sentindo as minhas pernas por conta da anestesia.

Eu tinha 21 anos, um filho no colo e eu não sabia o que estava fazendo, não sentia aquela história de instinto materno, saber qual era o choro do meu filho, “ah, esse choro é de fome!”, “não, não, esse choro aqui é sono!”, nada disso. Pra mim foi como prestar o vestibular, sabe? Você vai eliminando as alternativas, e chega uma hora que você marca tudo A… É mais ou menos assim que eu fazia, na dúvida, colocava no peito para mamar.

E amamentar, meu deus, como isso foi estranho no início. Você produz leite, não é uma coisa maluca? Sem falar nas noites sem conseguir dormir mais de 1 hora seguida, é horrível!

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E mesmo assim, eu ainda não me sentia mãe. Mesmo quase me tornando um zumbi do The Walking Dead, ou sendo uma vaca leiteira amamentando seu bezerrinho, ou então fazendo um uni duni tê para descobrir qual era o choro da vez, mas eu não podia parar para pensar no que estava acontecendo, eu precisava continuar remando, tinha um pequeno ser que precisava de mim para viver.

E você segue tentando e percebe que aprendeu algumas coisas e é assim que o amor vai nascendo. O amor por um filho nasce das tentativas. Tentando que ele durma um pouco mais ou tentando que ele coma mais aquela colherada de comida, de querer dar sempre mais, querer ser sempre uma mãe melhor e todas as noites estar exausta por isso.

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Tem dias que me acho uma mãe f***, mas em outros tenho certeza que não nasci pra isso. Não sou aquela mãe Bela Gil, que cria desenhos com verduras e legumes no prato para que ele coma algo saudável. Sou mais de “hoje tem miojo”. Sou a mãe que faz qualquer palhaçada e brincadeira para poder ver um sorriso no rosto do meu filho. Sou aquela mãe que não gosta de ver o filho sair de casa mal arrumado, mas confesso que várias vezes deixei ele dormir sem tomar banho. Já deixei meu filho olhar milhares de desenhos no celular apenas para conseguir comer o almoço ainda quente, para tomar um banho sem ser interrompida, ou até mesmo para fazer absolutamente nada.

E quem é de fora e vê isso pode pensar que eu sou um total fracasso, a pior mãe do mundo. Pouco importa. A vida não é perfeita, ninguém é. Um momento, ou um dia, não define ninguém. Eu falho, não tenho vergonha de dizer isso e para ser bem sincera, as coisas ficam muito mais leves quando a gente assume isso!

tenor

A maternidade é transformadora, em todos os aspectos e eu amo a mulher que a maternidade me tornou e é por isso que eu tenho me empenhado tanto, para empoderar outras milhares de mães. Mães reais e que não merecem ser julgadas a todo momento por uma sociedade que ainda acha que as mães, só podem ser mães, que só falam sobre filhos, mas não, não deixamos de ser mulheres, apenas assumimos uma nova tarefa.

Se a mulher gostava de sair para beber com as amigas, porque depois de ser mãe ela não pode mais? Se falava palavrão, adorava ir para a balada, se gostava de ter um momento só dela, mães não podem fazer isso?

Vou revelar um segredo para vocês: mães também fazem sexo…

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Se cria uma ideia de que as mães são seres imaculados, puros, e a sociedade acaba meio que canonizando as mães, e esses dias eu me perguntei sobre isso, porque uma sociedade julga as mães que querem ser mulheres também? Isso não soa estranho?

Sim, eu sou mãe, mas porque eu tenho que deixar de fazer algo só porque me tornei mãe? Não somos só “mãe do fulano”, somos mulheres antes de qualquer coisa. Empoderar as mães não é fazer com que elas sejam as mulheres que elas eram antes da maternidade, mas sim que elas descubram a mulher incrível que elas se tornaram depois de terem seus filhos.

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Ninguém nasce mãe! Você nunca foi mãe, nem seu filho teve uma. Ser mãe é viver aprendendo e a vida só vai ser mais leve se os julgamentos e pitacos do que você deve fazer ou não com o seu filho não virarem uma rotina.

Sou a melhor mãe que posso ser para o meu filho e não para o seu. É preciso confiar nas suas escolhas e decisões, pois se você errar, no dia seguinte é só fazer diferente.

tenor (1)

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Beijos pipow! <3

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Créditos da foto de capa: Bárbara Schmidt Fotografia

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