A Arábia Saudita, um dos países mais rígidos do mundo quando falamos em segregação de gênero, está dando pequenos passos rumo a uma maior liberdade das mulheres.
Após alcançarem o direito de dirigir, as mulheres sauditas serão autorizadas a entrar com suas famílias em estádios, a partir do próximo ano. Como as arenas esportivas são lugares frequentados apenas por homens, os estádios estão preparando algumas mudanças e adaptações para receber o público feminino: cafés, telas de monitoramento e banheiros estão sendo instalados.
No entanto, engana-se quem pensa que essas importantes mudanças estão ocorrendo por causa da militância das mulheres ou da importância delas na sociedade. À frente dessas decisões está o príncipe Mohammed bin Salman, de 32 anos, que tenta modernizar e impulsionar a economia da Arábia Saudita por meio de um plano chamado de Vision 2030. Segundo a BBC, as mudanças são motivadas, principalmente, pela queda no preço do barril de petróleo, que reduziu à metade as receitas do país.
“Aplaudir a monarquia saudita por suspender a proibição de mulheres ao volante é como aplaudir um sequestrador por libertar os seus reféns”, comenta Ali al Ahmed, diretor do Instituto do Golfo e conhecido opositor do regime.
Para os mais críticos, o anúncio é uma manobra de distração frente aos enormes desafios socioeconômicos e a repressão interna que a Arábia Saudita está passando. Se o objetivo fosse mesmo a mudança, o cerne da discussão seria o sistema de tutela que reduz às sauditas a menores de idade.
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