Atlântida

Sim. Chegamos ao século XXI! A UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) incluiu nas leituras obrigatórias o livro “Quarto de despejo” da escritora Carolina Maria de Jesus, a primeira (ISSO MESMO, A PRIMEIRA) escritora negra a ser leitura obrigatória da UFRGS. No meio de vários escritores homens e brancos temos uma mulher negra! Incrível, né?

O livro é um diário no qual a escritora conta experiências que vivia na favela onde morava, de como era ser catadora de papel e também trás uma reflexão sobre a situação de desigualdade que ela e seus familiares estavam inseridos. O “Quarto de despejo” é uma metáfora utilizada por ela para apontar o centro da cidade como a sala de visitas e a favela como o quarto onde se joga o indesejável, o entulho, tudo aquilo que se quer esconder. Sua escrita, no entanto, é sua forma de se recusar a ser “despejo”, a ser “resto”.

O mais legal disso tudo é que o livro apresenta um olhar dentro da NOSSA sociedade e ao ler ele muitos estudantes vão poder refletir sobre o cotidiano das pessoas que vivem na favela, e se identificarem com as histórias contadas por ela. Uma grande oportunidade que vai além de passar no vestibular e nos leva a refletir sobre alguns assuntos que ainda estão em debate, como: violência, problema do alcoolismo e violência doméstica, a preocupação em conseguir sustentar os filhos e a revolta por não ter o que comer.

O que você tá esperando para começar a ler? Inclua na sua lista de leituras -se não tiver uma, FAÇA- e entre no mundo da Carolina Maria de Jesus, que é tão nosso quanto dela, aliás, o que ela relata é a realidade de muitas pessoas no Brasil HOJE. Já tava na hora da vida das pessoas que vivem a margem da sociedade entrar no plano de estudos do Brasil. Então meninas, bóra estudar, passar no vestibular, mas acima de tudo se sintam representadas por uma mulher tão incrível quanto Carolina Maria. <3

“Há de existir alguém que lendo o que eu escrevo dirá… isto é mentira! Mas, as misérias são reais”. – Maria Carolina de Jesus