amamentar

Hoje vamos falar sobre a amamentação aproveitando que o mês de agosto foi escolhido para ser o Mês do Aleitamento Materno e você já deve ter visto alguns eventos e palestras sobre isso pela sua cidade.

Para muitas mulheres uma dificuldade, para outras não… Pra quem ainda não chegou nessa fase como eu, algumas dúvidas, inseguranças… E até rezas… Por isso resolvi bater um papo com a minha Doula Aline Melo, e pedi pra ela escrever sobre isso. Tem muita coisa pra falar, mas fica o convite para você ler, com calma e paciência (como tem que ser para amamentar), e com muito amor. Porque o assunto é sério, e o ato é uma entrega linda!

Vem ver o que ela disse:

A amamentação é  a principal forma de nutrir dos mamíferos. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde) é a principal forma de fornecer nutrientes para sobrevivência e desenvolvimento do bebê. É um evento fisiológico, estimulado e extremamente indicado inclusive para mulheres em extrema pobreza, pois mesmo mal nutridas elas conseguem gerar leite com os nutrientes necessários para o bebê, e garantem a sobrevivência do filho, já que podem não ter condição de obter qualquer outro alimento ou este pode estar contaminado (assim como a água), levando à doenças e até à morte. A amamentação é por isso questão primordial em países pobres, reduzindo os índices de mortalidade infantil. Essa mágica da fisiologia ainda não é explicada pela ciência. Pouco se sabe como de fato ocorre este preparo do leite no seio. Tanto que, ainda se tem muitos mitos sobre o que se pode ingerir e se existe alguma relação real entre o que se come e se “passa” para o bebê.

Dito isso, esse leite parece nutrição mágica né? Algumas mulheres podem nunca ter pensado que podem ter dificuldades para realizar este ato que é aparentemente tão natural. O problema tá ai: a mágica só acontece se a mulher tiver garantida a oportunidade de estar em uma experiência de comunicação calma e amorosa, paciente e tranquila com seu bebê. Isso porque o principal hormônio que conhecemos como responsável pela “criação” do leite no corpo, a a ocitocina. O mesmo hormônio que secretamos ao sentir prazer em todas as circunstâncias da vida, e em maior quantidade durante um ato sexual, o parto, e a amamentação (e não sejamos retrógrados e puritanos ao extremo! Vamos encarar a sexualidade com a naturalidade que tem, como parte integral da nossa vida sem tabus ou criticas excessivas).

Alguém aqui consegue ter um super prazer com o marido, com contas a pagar, com tristeza, cansaço, fome, etc? Sim e não! Rs… Somos mulheres, porém muito diferentes umas das outras nas questões e motivações emocionais. Por isso, cada mulher terá uma maneira de se conectar com seu filho com a calma necessária pra nutrir. Cada uma de nós carrega uma história. Após o parto estaremos vivendo uma recuperação em muitos níveis: físico, emocional, mental e vibracional. Estaremos com os hormônios a mil, com  os órgãos voltando ao lugar, cansadas do tempo de parto, se recuperando de uma cesárea, enfim. Além disso, estaremos num limbo, onde mesmo já sendo  mães a chegada de um novo membro nos traz a reflexão, como em um espelho: quem sou agora, como serei com meu filho, entre outras questões pessoais. Estaremos com sono privado… Estaremos bombardeadas de pressão e pitacos que desestimulam, aprenderemos sozinhas com nosso bebê numa quantidade absurda de “faz assim, faz assada, tá pegando assim, ta mamando de quantas em quantas horas, como, quando”… AAAAHHHHH!

E eu nem falei aqui que historicamente o ocidente sempre desestimulou a amamentação, com as amas de leite, a indicação das fórmulas como “melhor” alternativa – propagandas fortes antigamente como sinônimo de modernidade.

Amamentar necessita de relaxamento, e pra conseguir momentos assim, teremos que contar com a ajuda da família visto a quantidade de aspectos citados acima que influenciam na produção da ocitocina. Acho que vai além: pra amamentar é preciso o estimulo de uma sociedade inteira! Afinal o sucesso da amamentação é ganho social: criança nutrida significa adulto com menor propensão a diabetes, baixos níveis de colesterol, reduz risco de obesidade, doenças (devido a imunização), sem diarreias e alergias, entre outros. Isso significa também menor custo na área da saúde. Tem pesquisas que revelam até que o sistema motor, intelectual, teriam ganhos, o que proporcionaria pessoas mais inteligentes, que ocupariam cargos mais altos! Então, o leite deve ser bão mesmo!

O caso é: devido a grande dificuldade de amamentar para muitas mulheres em todo o mundo, em 1990 numa parceria da OMS e da UNICEF, foi criada a Aliança Mundial da Ação Pró Amamentação (World Alliance for Breastfeeding Action – WABA) que a partir de 1992 nomeou o dia 1° de agosto como Dia Mundial do Aleitamento Materno, passando a sensibilizar 120 países em mais de 15 traduções, todos os anos sobre o esclarecimento e a necessidade desta rede de apoio às mulheres. Nesse ano o tema foi magnifico: Todos juntos para o bem comum”.

No Brasil, o mês de agosto foi instituído o mês do Aleitamento Materno em decorrência do Projeto de Lei (PLC) 24/2017, de autoria da deputada Dulce Miranda. Pelo projeto, ao longo do mês de agosto deverão ser intensificadas as ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno.

Espero ter ajudado de alguma maneira. Beijo enorme, Aline.