parto Ju

Vamos falar sobre o parto?

sim café

Eu acredito que esta palavra (e todo o seu conceito) é divido em 3 etapas:

#1 O antes de você engravidar

Ok, você ouve sobre parto normal, cesariana, humanizado… Sabe que sua amiga teve um parto mais difícil, a outra sempre quis cesariana e por ai vai.

#2 O enquanto você está grávida

Você começa a entender cada processo, a estudar, a saber exatamente o que quer, como deseja que seja, quem será o médico, o hospital, se será em casa, com doula, se terás injeção… E no meu caso, depois que descobri sobre tudo isso, vieram alguns medos (que tenho trabalhado na terapia). Me vem um medo gigante de morrer no parto (e todo mundo fala: pára com isso! não pensa nisso! que besteira!)! Também acho, e também gostaria de apenas não pensar… Mas é além, quando você se dá conta, tá lá: imaginando o dia, e tudo o que pode acontecer! E tentando analisar o porque desse medo, penso que seja porque não tenho mais minha mãe perto, e sei o quão triste é viver sem ela acompanhando todo o processo, e me dizendo que vai dar tudo certo. E claro, porque eu esperei muito pra viver tudo isso, e se algo de errado rolar, não terei vivido tudo isso com minha filha que está por vir.

Louco tudo isso né? Mas calma… não é pra ser um melodrama aqui! Desabafei esses dias sobre isso num grupo de WhatsApp que faço parte, e queria compartilhar alguns relatos lindos das mamães que já passaram por essa experiência. Pega o lencinho e vem ler!

#3 O depois de dar a luz

“Sou Camila Gessner. Pois bem, há 12 anos tive minha primeira filha, Helena, eu tinha 24 anos e sem experiência alguma sobre gestação e parto. Eu morava em uma cidade pequena, e apesar do obstetra ser ótimo, o pré natal foi estritamente clínico. Então, com 39 semanas comecei a sentir as dores, era feriado, 15/11, e o médico estava viajando. Com poucas horas de trabalho de parto, depois que o médico voltou para a cidade para me atender, ele alegou que não havia dilatação e fui pra cesárea. Tudo certo!
Contudo, agora aos 37, gestando a Zaiah e morando em Joinville, que fornece mais recursos para as gestantes, decidi tentar o parto normal. Em tempos de retorno do parto natural e normal, procurei uma doula e planejei um parto normal hospitalar. Mas desde o início eu não fui radical, não rejeitei a hipótese de cesárea, mas estava firme na intenção do parto vaginal. Então, li muito e pesquisei, e em meu plano de parto eu destaquei que não gostaria de receber intervenções, muito embora também estivesse aberta pra o que fosse ocorrer na hora.
Pois bem, com 40 semanas e 2 dias perdi o tampão mucoso, e fiquei um dia tendo os pródromos, contrações esparsas e que não são trabalho de parto. Mas no dia seguinte, a partir das 21h30 começaram às contrações mais fortes e ritmadas. Segui em casa com banhos quentes e descanso, alimentação leve e água. As 3h30 as contrações já estavam muito doloridas e fomos para o hospital. As contrações estavam muito fortes e com intervalos bem pequenos. Chegando lá passei pela triagem e o médico disse que estava com 3 cm de dilatação e com o colo bem fino. Ligamos para a doula para ir nos encontrar. A dor era tanta que fui direto para analgesia, juro que agradeci a Deus e à medicina por ter essa opção. Então sem sentir dor, mas com o trabalho de parto ativo, dilatei até os 8 cm!! Amanheceu, e as contrações voltaram, então a doula trabalhou comigo bastante para chegar aos 10 cm. Perto das 8h a médica propôs que usassem pequena dose de ocitocina para facilitar a conclusão da dilatação total, eu topei. Funcionou. Então, por volta das 9h a médica examinou e percebeu que faltava só 0,5 cm, e nesse momento já começou a fase expulsiva. Gritei de dor, e imediatamente a doula e a equipe médica começaram a me acalmar, e me orientar como respirar e fazer a força… Meu marido acompanhou tudo e ficou firme lá me apoiando. Como isso faz diferença!
Eu percebi que a cabeça do bebê ia e voltava. A médica propôs a episiotomia, que é o corte na área do períneo para aumentar a passagem pro bebê, eu aceitei porque percebi que poderia ajudar. E de fato, isso feito a cabeça saiu e mais quatro forças a Zaiah nasceu! Nem acreditei quando ela foi colocada no meu peito chorando, e tinha conseguido receber ela daquela forma.
Chamo meu parto de ” meu parto possível”, porque entendo que a doula e as intervenções foram determinantes para que eu conseguisse realizar o sonho. Aprendi com essa segunda maternidade que é vital sonhar, e buscar o sonho. Contudo, para alcançar os sonhos é também necessário se manter conectada com o momento presente, e acolher com flexibilidade cada acontecimento, sem julgamento nem rigidez.”

Respira… Tem mais um agora! <3 

“Meu nome é Luciana Gozdecki, tenho 26 anos e sou advogada. Descobri minha gestação com 13 semanas e 4 dias, o que equivale a 3 meses! Mas como?! Não tive sintoma algum, faço parte daquele 0,000001% de erro da pílula. Alguns dizem “que azar” mas eu prefiro chamar de presente! Minha primeira ultrassom, logo após a descoberta revelou que dentro de mim havia um menino todo formado. Eu já estava num misto de sentimentos enorme quando me disseram a data provável do parto: 16/06/2017! Imediatamente meus olhos encheram de lágrimas, pois, minha mãe faleceu no dia 16/06/2015! Para mim soou com um presente, pois no mesmo hospital em que a pessoa mais importante da minha vida faleceu, no mesmo dia nasceria a pessoa mais importante da minha vida! Emocionada, comecei a digerir a ideia de ser mãe e a pensar sobre os próximos 6 meses da minha vida. Nutricionista, hidroginástica, programa physical mommy, consultas e vários exames. Certa consulta com minha obstetra ela questionou: “qual o seu plano de parto?” Já havia escutado sobre isso, porém não sabia medir as minhas vontades e o que era certo fazer durante o parto, só imaginava ser mãe aos 35 anos! Respondi à medica: “se você me disser para pular igual saci na hora do parto, é o que vou fazer! Não tenho exigências, não tenho experiências de parto, com certeza estou em boas mãos!” Ela me deu um sorriso e disse que teríamos um ótimo parto. Nessa parte enfatizo a importância da escolha do profissional que deve ser quem te transmite confiança e segurança, pois o nascimento do seu bebê está nas mãos de um anjo! Sim, minha médica é um anjo! No decorrer das consultas questionava se conseguiria um parto normal. O retorno a minha indagação era que tudo dependeria da vontade dele. E assim concretizei o pensamento de que tudo seria como meu bebê quisesse e não minha vontade! Graças às atividades que fazia, meu menino encaixou rápido e logo foi ficando cada vez mais baixo! Sabia que o momento dele vir estava próximo, mas não imaginei que seriam 2 semanas antes, no dia em que completamos 38 semanas, o dia que teríamos uma consulta pré-natal. Na quinta-feira sai do meu trabalho, jantei comida mexicana e fui deitar. Por volta das 2h30min já do dia 02/06, senti dor de barriga (rsrs), achei que fosse normal. 3h da madrugada, senti novamente, mas embalada pelo sono não associei com as contrações. Quando senti a tal dor de barriga pela terceira vez pensei: será que é contração isso?! Logo baixei um aplicativo que controlava as contrações (não queria acordar meu noivo, ele dormia tão profundo!). As contrações começaram a ficar mais frequentes, mas estava tão tranquila e achando tão normal, que pensava esperar a consulta pré-natal para relatar das dores. Por volta das 4h30 senti uma sensação estranha, pensava que a bolsa iria romper e corri ao banheiro. Para minha surpresa e espanto, era um sangramento. Quando vi sangue achei que tivesse algo errado, acordei meu noivo dizendo que tínhamos que correr pro hospital. Eu nem pensei na roupa, botei um chinelo, peguei as malas e fiquei esperando, enquanto meu noivo estava se arrumando todo (rsrs). Dei entrada no hospital as 5h da manhã, passei por toda a triagem e pelo médico de plantão que me examinou e questionou: “vai chamar sua medica?” “Sim”, eu disse. Pensei comigo: meu primeiro parto, vou passar o dia aqui, bola, chuveiro, cavalinho… Que nada! Colocaram-me dentro de uma sala de parto enquanto meu noivo foi fazer a ficha de internação. Logo minha medica chegou com um sorriso no rosto dizendo: Lu, chegou a hora, você está com 9 dedos de dilatação, vai nascer o gurizinho (para nascer bastava um dedo de dilatação)! Fui questionada sobre a vontade de fazer analgesia e ali mesmo questionei sobre o que mudaria em relação ao parto. Minha medica foi objetiva dizendo que as dores iriam aliviar, porém o parto seria um pouco mais demorado. Não pensei duas vezes, optei por um parto rápido, sem analgesia, sem ocitocina. Minha medica teve que romper a bolsa e assim que rompida senti as dores pra valer! Ela disse que na dor eu tinha que fazer força! Mas cadê meu noivo??? Assim que ele entrou na sala de parto comecei a fazer muita força. Em um determinado momento fechei meus olhos, sentia muita dor, mas era a dor que impulsionou meu filho. Em determinado momento escutei “olha os cabelos dele, está saindo Lu!” Meu noivo tirou uma foto e tentava me mostrar na tentativa de me dar mais força pra empurrar. Mas não tinha jeito, não conseguia abrir meus olhos, tornou-se algo involuntário permanecer de olhos fechados. De repente senti que meu menino saiu e a médica disse para eu olhar meu filho. Foi aí que meus olhos abriram e recebi no meu colo meu menino. Foi algo incrível! Toda dor sumiu, naquela sala só existia ele que me olhava num chorinho já procurando meu seio e ficamos ali algum tempo, olho no olho, pele na pele. Meu noivo cortou o cordão umbilical e acompanhou meu filho com o pediatra. Meu filho nasceu as 6h24, ou seja, um parto de 1h24min desde a entrada no hospital. Foi um sonho, foi ótimo, foi do jeito do meu menino. Ele nasceu super bem e ali nasceu também uma mãe, já amamentei meu filho na sala de recuperação.  Meu menino se chama Pedro Henrique, está com 1 mês e 10 dias, super saudável, lindo e forte. Na minha opinião, além da ajuda de Deus para aquele momento, a escolha pelo profissional certo me deu tranquilidade desde o início para que o momento do parto fosse incrível. E foi! Foi tudo tão natural, não imaginava que daria conta, mas minha médica depositou confiança em mim, dando apoio durante aquele momento.  E é isso que transmito para as gravidinhas de plantão: tenha confiança no profissional escolhido, converse com outras mamães, pesquise, mas lembre-se que a vontade do seu bebê deve ser respeitada, é a vida dele e sua, não podemos arriscar por um luxo próprio. O médico saberá avaliar as condições melhores a ambos.”

 

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