mulher maravilha ilustra

Diana Prince, mais conhecida como Mulher Maravilha, nasceu em 1941, uma época em que a dominação absoluta de homens imperava na sociedade. As conquistas feministas eram poucas e muito recentes. Nos Estados Unidos, por exemplo, as mulheres recém haviam conquistado o direito de votar e ocupavam o mercado de trabalho muito lentamente.

Tudo surgiu quando o psicólogo e criador da personagem, William Moulton Marston, resolveu utilizar os quadrinhos como um meio de comunicar para os mais jovens. Ele acreditava que as mulheres eram superiores aos homens e que iriam dominar o mundo. Então, Diana foi pensada para facilitar a implantação do matriarcado, inspirar as meninas a serem fortes e poderosas, além de demonstrar a força e o poder das mulheres.

A inspiração do autor veio de diversas mulheres que passaram pela sua vida, como uma jovem estudante chamada Emmeline Pankhurst, que em 1911 foi impedida de falar em público no campus da Universidade de Harvard, onde, na época, Marston estudava. Outra mulher forte que o inspirou foi sua sobrinha Margaret Sanger, que ele e a esposa abrigaram em casa. Ela se tornou um das mais influentes feministas do século 20, além de fazer parte do comitê Feminino do Partido Socialista e lutar pelo amor livre.

Martson foi casado com Sadie Elizabeth Holloway, que estudou na primeira faculdade para mulheres nos Estados Unidos – naquela época, instituições como Harvard não aceitavam mulheres. Holloway e suas amigas faziam parte da Liga do Sufrágio Igualitário, que batalhava por questões como igualdade, direito ao voto e controle da natalidade.

A relação e convivência de Martson com essas mulheres e a influência que elas tiveram na construção da Mulher-Maravilha é contada em The Secret History of Wonder Woman pela jornalista norte-americana, Jill Lepore, que fez um trabalho de investigação sobre a personagem, mostrando como sua criação esconde uma história com forte conexão com a luta feminista pelos direitos das mulheres.

Um dos documentos levantados por Jill, mostra o comunicado feito à imprensa no lançamento do quadrinho, em 1941.

“A Mulher Maravilha foi concebida pelo Dr. Marston para estabelecer entre as crianças e os jovens um padrão de feminilidade forte, livre e corajosa; para combater a ideia de que as mulheres são inferiores aos homens, e para inspirar as meninas a terem autoconfiança para conquistas no atletismo, nas ocupações e nas profissões monopolizadas por homens, porque a única esperança para a civilização é a maior liberdade, desenvolvimento e igualdade das mulheres em todos os campos da atividade humana.”

Hoje, ícone da cultura pop, a Mulher Maravilha continua inspirando muitas mulheres por aí. Recentemente, a personagem ganhou um longa que chegou aos cinemas do mundo todo e já é sucesso de bilheteria.

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