eduardo e monica

Um dia eu inevitavelmente descobri a verdade inegável. Por mais que eu gastasse todos os meus esforços pra me encaixar. De repente, eu descobri que eu simplesmente não conseguiria por motivos óbvios (hoje em dia) mas não tão claros àqueles tempos. Até porque precisamos sair de uma relação pra perceber como ela pode ser nociva. “You don’t have to try so hard”, era algo que eu repetia tantas vezes pra ver se o meu coração compreendia o que a minha cabeça já havia entendido há tempos, afinal é cientificamente comprovado que não “existe razão nas coisas feitas pelo coração“. Ninguém pode se sentir errado ou culpado por ser quem é. Eu acordava todos os dias pensando que tinha algo de errado comigo. Eu ia dormir pensando que tinha falhado em ser uma boa companhia. Não podia ser normal amar daquela forma. E, que rufem os tambores (surpresa), não era. Deixa eu contar que os opostos não se atraem, ou talvez se atraiam temporariamente. Aprendi isso da pior forma.

Os opostos também não se completam, pois vai chegar um dia em que você vai perceber que por mais legal que seja a novidade, a diferença é ter alguém que quer sair quinta, sexta e sábado pra beber, você quer alguém pra sentar e assistir um Netflix ao teu lado e não vai mais suportar a ideia de sair todo santo fim de semana. Você até vai perceber quantas vezes fez isso só pra “não ser chato” ou pra não ser uma “má namorada“. Ou o contrário. Você vai se dar conta de que nasceu pra balada e não pra sofá e filme e você vai procurar alguém que simplesmente divida e compartilhe dos mesmos gostos e desejos que você. E tá tudo bem. Ninguém é obrigado a amar alguém pra sempre. Descobri isso tentando desesperadamente me encaixar com amores que simplesmente não combinavam comigo e por mais que eu amasse eles, não ia dar certo. Só deu certo temporariamente.
Mas e o Eduardo e a Mônica? Recentemente surgiu um estudo que comprovou que eles não teriam dado tão certo assim, segundo a ciência. Não que eu ache que a ciência explique tudo, mas eu já amei um Eduardo. E ele já me amou. Eu não gostava tanto assim de Van Gogh e nem Godah, sempre fui mais fã de Stephen, Kubrick, Amy Winehouse e Banksy. Gostava de conforto. Silêncio. Carinho. Ele odiava cinema, e gostava de noites frias em ruas escuras e porres homéricos. Eu gostava de natureza, eu queria sair pra conhecer o mundo de carro, ônibus, avião ou a pé (da forma que desse). Eu gostava de viagens. Ele gostava de comodidade. Eu gostava de descobrir lugares novos, ele gostava de visitar os antigos. Não deu certo e, pasmem, tá tudo bem. Eu espero que hoje ele tenha encontrado uma companheira que também curta esses porres, porque se um dia eu fui assim, fui só pra agradá-lo e porque eu não tive coragem de ser quem eu era e sobre isso, amigos, a culpa é toda minha.
As coisas deveriam ser bem mais simples do que as pessoas acreditam que seja. Eu passei a não entender porque eu estava saindo pra festa se queria ficar em casa. Eu passei a me questionar se eu queria mesmo estar bebendo cerveja e não uma Coca-Cola gelada. Quantas coisas eu não fiz só porque eu não queria ser uma “má companhia”? Sempre me preocupei em ser uma boa parceria, até que eu percebi de uma forma um pouco dolorosa que por mais que alguém te ame, essa pessoa não vai mudar por você e ela não está necessariamente errada, porque a vida é curta demais pra não sermos honestos sobre quem realmente somos e naquele tempo eu é que não fiz isso por vários motivos que não entendo. Talvez por ter medo da solidão. Por ter medo de me arrepender e talvez até porque eu não me conhecesse o suficiente pra entender que eu simplesmente não era como ele e que ele simplesmente não era como eu e, quer saber? Tá tudo bem. Tem um milhão de meninas por aí que curtem o meio fio em noites escuras e eu espero que ele seja feliz ao encontrar elas. Eu também vou ser. Ao encontrar alguém ou a continuar desbravando esse mundão curtindo o prazer da minha própria companhia.
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