Ainda temos que falar que racismo inverso NÃO EXISTE?
O nome da série, além da alfinetada, é o mesmo do programa de rádio universitária no qual a Samantha White (Sam), uma das protagonistas, dá recadinhos ácidos aos ouvintes em alerta ao preconceito. Ácidos no bom sentido, lições mesmo. A série inicia com uma crítica a uma festa blackface realizada pelos brancos da universidade em resposta às indignações ditas por Sam e as organizações negras ativistas de lá.
A série me lembrou outra, a Todo Mundo Odeia o Cris, mas com personagens adultos e envolvendo sexo e festas universitárias. Ela tem questionamentos base para dar um choque em quem a assiste. Ela é leve, meio juvenil, mas com indagações sérias que devem sim ser ouvidas, refletidas e discutidas.
O 5º episódio com certeza é o mais crítico, a festa blackface é deixada um pouco de lado para um momento impactante. Um problema social que vemos todos os dias “aqui fora”. Esse episódio em especial foi dirigido por Barry Jenkins, o mesmo de Moonlight, vencedor de melhor filme no Oscar 2017.
Temas importantes como relação amorosa branco x negro, descoberta da sexualidade, colorismo, ocupação de espaço por parte dos negros, solidão da mulher negra e expectativas negativas em relação aos negros são abordados na série. Algo que aparece bastante é a questão do estereótipo cultural que o negro carrega e que para não dizer coisa pior, é muito chato e cansativo.
Como negra, sei que a gente tem que lutar por nosso ambiente a vida toda. O tempo todo. Mostrar nossa capacidade e superá-la 24 horas por dia.
“Minhas piadas não prendem seus jovens em níveis alarmantes nem tornam perigoso andar no próprio bairro, mas a de vocês, sim. Quando zombam ou nos menosprezam, vocês reforçam um sistema existente. Policiais olhando para um negro segurando uma arma não veem um ser humano, eles veem uma caricatura, um bandido, um preto. Não podem mais se vestir de negro no hallooween e fingir ironia ou ignorância, não mais.”
“Nossa cor de pele não é uma arma, não precisam ter medo dela.”
“Nem tudo o que se enfrenta pode ser mudado, mas nada pode ser mudado se não for enfrentado.”
E em relação ao negro se sentir acuado entre brancos:
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