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A argentina Lucía Pérez, de 16 anos,  era como uma menina qualquer da sua idade, vivia intensamente, gostava de sair com os amigos e amava as horas que passava com a família. Mas, Lucía morreu. Lucía foi drogada, estuprada e empalada. Os assassinos trocaram sua roupa e a levaram para um centro de saúde. Lá, disseram que ela havia ficado inconsciente devido a uma overdose. Os médicos não conseguiram reanimá-la.

Lucía entrou para os índices do Registro Nacional de Feminicídios, criado em 2015 pela Corte Suprema de Justiça da Argentina. Hoje, o país conta com a média de uma morte a cada 36 horas, somando mais de 200 feminicídios por ano. Só nesta semana, a Argentina já havia registrado outros três casos graves envolvendo meninas jovens.

Horrorizadas com um dos crimes mais brutais já visto no país, milhares de mulheres interromperam suas jornadas de trabalho e saíram às ruas de Buenos Aires para protestar contra a violência de gênero. A mobilização ocorreu pelas redes sociais através do movimento Ni Una Menos, que convocou a greve nacional de mulheres denominada Miércoles Negro (quarta-feira negra).

O caso de Lucía Perez acabou servindo como um gatilho para exigir justiça por todas as mulheres que sofrem ou já sofreram violência por questões de gênero. A Argentina é tradicionalmente conhecida por ser um país conservador e lida com os altos índices de desemprego, que no caso das mulheres, chega a 12%. Por lá, não existem direitos como licença-maternidade, subsídios por filhos ou férias. Portanto, a última quarta-feira foi histórica. Um dia de luta contra a violência machista.

O movimento também tomou conta da América Latina e da Europa: Paris, Madri, Barcelona, Porto Alegre, São Paulo, Rosário, Córdoba, Assunção, Santiago, La Paz, Lima, Montevidéu, San Cristóbal de las Casas, Chiapas e Cidade do México, registraram manifestações.

Ni Una Menos surgiu em 2015 a partir do feminicídio de Chiara Páez, adolescente morta pelo namorado enquanto estava grávida.

#NiUnaMenos e #VivasNosQueremos

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