gregorio

Sendo merchan ou não, uma coisa é certa: as pessoas ainda tem um grande problema em falar de amor. Desde segunda não ouvimos mais falar em outra coisa. Só se fala de amor. Aliás, lembrem-se sempre que ódio, mágoa, rancor e amor são sentimentos assustadoramente semelhantes e que oposto ao amor, somente a indiferença.

Alguns acordaram na última segunda-feira recebendo ligações, mensagens ou simplesmente sendo lembrados. Alguns seguiram com mágoas retidas no coração de alguém, lágrimas guardadas em alguns olhos tristonhos que perambulam pelas ruas de qualquer lugar, em qualquer cidade, em algum país ou seguiram como palavras que talvez nunca sejam ditas de bocas que guardam demais. Alguns seguiram sendo só textos em qualquer bloco de notas, ou músicas em qualquer playlist, alguns seguiram Gregórios.

Mas o que alguém tão novo sabe sobre o amor?

De fato, o amor é algo bem diferente pra cada um. Pra mim não foi nada como aulas de jazz ou como Goo Goo Dolls. Definitivamente não. Pra mim sempre foi mais como Guns N’ Roses, AC/DC ou Queen. Pra mim, nada de risotos ou curtas. No máximo umas poesias em algum caderno ou bloco de notas do celular. Pra mim, panelas de brigadeiro, que quase sempre deram certo, com uma boa pipoca de panela. Amor, pra mim, tem gosto de pipoca de panela, pastel de carne com catupiri e guaraná gelado. Pra mim, algumas escolhas mal tomadas, alguns exageros e hipérboles. Pra mim, sempre o intenso, nunca a mesmice ou o meio termo. Gosto de coisas inteiras. Já fui a Clarice de alguém e me apavora um dia ser o Gregório.

Me apavora depois de tudo, risotos ou brigadeiros, curtas ou poesias, acordar e perceber que deixei o grande amor da minha vida encontrar outro amor para a sua ou simplesmente deixei-o partir, levando parte considerável de mim e deixando partes imensuráveis de si. Afinal, sempre me pergunto se no fim, lá no fim de tudo, as pessoas realmente acabam com o grande amor de suas vidas. O pior de tudo é perder alguém pra si mesmo, por escolhas equivocadas ou coisas que deixamos de fazer ou falar. Tenho medo de ser a falta de alguém pra sempre, mas ainda mais medo de sentir falta de alguém pra sempre.

Eu me nego a pensar que o amor seja algo tão passageiro. Acho triste quem realmente acredita que demonstrar publicamente seu amor é motivo para vergonha. É lindo quem tem coragem de falar de amor. Afinal, quem nunca sofreu por alguém? É preciso coragem pra demonstrar seu amor por alguém, uma vez que o sentimento mais disseminado no nosso dia-a-dia é o ódio, ou pior… o descaso.

Uma coisa é certa, se você tem muito problema em falar de amor, você, possivelmente, é um Gregório sem coragem. Lembrem-se sempre que ódio, mágoa, rancor e amor são sentimentos assustadoramente semelhantes e que oposto ao amor, somente a indiferença. Tenho medo do esquecimento, isso sim me apavora, ter o descaso ou silêncio de Clarice, porque eu também já fui a Clarice de alguém e alguém também já foi o meu Gregório.

P.S.: quero agradecer ao Rafinha Bastos que me fez mudar grande parte do meu texto que estava sendo escrito desde ontem.

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