Atlântida

“Troco o ouro por mais mulheres nos grandes clubes” – Formiga, meio-campista da Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

Hoje não é dia de analisar os erros e nem de apontar os problemas que existem em um time de futebol que sofre uma derrota. Hoje é dia de agradecer! Agradecer pelo trabalho feito, pelo suor derramado em cada partida, pelos treinos árduos, e, sobretudo, pelo amor incansável à camisa. Agradecer também pela luta diária de mostrar que nós sabemos, sim, jogar futebol.

Obrigada por nos emocionarem, por afirmarem que lugar de mulher é onde ela quiser, por acreditarem até o fim.

Depois dessa Olimpíada podemos dizer que vimos e ouvimos a torcida brasileira jogar com vocês. Foram os vizinhos, as amigas no bar, o porteiro do prédio, todos comentavam: “Mas essas gurias estão arrasando!”. Sentimos muito orgulho e um sentimento de dever cumprido, mesmo que esse seja só o início da longa caminhada que ainda temos.

A frase da Formiga, jogadora da Seleção, (diga-se de passagem que ela é a brasileira que mais participou de Olimpíadas, foram seis vezes) foi o exemplo de que o time feminino não tem mimimi, não tem segurar o jogo porque está ganhando, ou amarelar na pressão. Tem muito trabalho, muita categoria, muito futebol e muita vontade de fazer dar certo. De levar o nome das mulheres brasileiras para o mundo, de transformar em realidade o sonho de muitas jogadoras e de quebrar as barreiras tão misóginas impostas por uma sociedade reacionária que é contra a diversidade.

Tá certo que a derrota é triste, ainda mais numa semifinal contra a Suécia decidida nos pênaltis, e que ainda temos a disputa pelo bronze. Mas o principal legado de vocês está sendo deixado. Nunca se perdeu tão bonito.

Hoje estamos com a esperança revigorada, sabemos que tempos melhores virão, que o reconhecimento do futebol feminino há de aparecer, que temos grande parte da torcida ao nosso lado e que JUNTAS SOMOS SEMPRE MAIS FORTES! <3

Vida longa ao futebol feminino brasileiro. Obrigada por tudo, meninas!