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Precisamos falar sobre o aborto. Precisamos falar porque é tabu, porque muitas mulheres morrem em clínicas clandestinas na tentativa de realizar um aborto.

Nenhuma mulher acorda pela manhã e pensa: “Vou acordar, tomar meu café e vou ali fazer um aborto.”. Não! Não é assim. Toda mulher que toma a decisão do aborto ou mesmo cogita a ideia de fazer, não toma essa decisão de uma maneira simples. Não é como escolher o sabor da pizza da sua janta. Trata-se de um momento muito delicado e uma escolha para a vida inteira.

Ser mãe é uma responsabilidade enorme e traz grandes mudanças para a vida dessa mulher, e isso não deve ser imposto a ninguém. Temos que ser donas do nosso próprio corpo e poder decidir o que vamos fazer ou não dele, seja isso tomando anticoncepcional, usando DIU ou, infelizmente, tendo que optar por um aborto.

É muito hipocrisia condenar a mulher que aborta. E o homem? Onde está o cara que transou e engravidou essa mulher?

Ouvir dizer “deu sem camisinha, agora aguenta!” ou “só engravida quem quer” é muito triste e aterrorizante saber que pessoas têm esses pensamentos, pois o homem fica totalmente isento de qualquer culpa.

Transou? Arque com as consequências!

Oi?

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Ninguém engravida sozinha. Existe um ato que consuma a tal gravidez. A não ser que você conheça alguma Nossa Senhora Maria que tenha engravidado do Espírito Santo. Continuo dizendo, onde está o homem que engravidou essa mulher? Qual é o crime que ele é acusado ao sumir da vida dessa mulher que está grávida?

Sou a favor da legalização e regulamentação rígida do aborto para que mulheres que descobriram uma gravidez indesejada/fora de hora/do cara errado (entenda como quiser) possam ter acompanhamento médico, exames e uma análise psicológica para que possam resolver de fato se vão ou não optar por um aborto.

Falamos de mais de 70.000 mulheres que perdem suas vidas todos os anos, no mundo inteiro, por complicações de um aborto ilegal.

Legalizar o aborto não é incentivar que as mulheres façam isso, mas sim dar condições para as que precisam ou optam por isso. A maioria das pessoas sabe como ou onde fazer um aborto ou onde se consegue um remédio para fazer o procedimento por conta própria. Crime ou não, mais de 1 milhão de abortos foram feitos no Brasil no último ano, segundo a OMS. A proibição no Brasil é banal, pois o aborto existe e é feito diariamente, seja de maneira legal ou não, de forma segura ou não.

Mulheres ricas ou pobres, brancas ou negras, liberais ou conservadoras e até mesmo quem condena, comete o aborto. Criminalizar quem faz não vai fazer com que isso acabe, vai fazer apenas com que mulheres pobres continuem morrendo em clínicas clandestinas (as chamadas “clínicas açougueiras”), e que as ricas continuem pagando por um procedimento mais seguro.

Sabia que o SUS gasta muito mais para salvar as mulheres de um procedimento mal feito de aborto do que se tudo fosse feito de uma forma segura?

E se você quiser pensar um pouco mais sobre esse assunto, segue um vídeo feito pela diretora de cinema Petra em resposta às agressões verbais que recebeu depois do seu discurso na premiação do festival do Rio, onde ela dedicou seu prêmio às mulheres, no desejo que nenhuma mulher brasileira seja vítima do machismo, físico ou verbal, e que toda mulher possa ter soberania sobre o próprio corpo.

Precisamos falar de aborto! Nenhuma mulher merece que uma pessoa ou uma lei digam o que ela deve ou não fazer com sua vida e corpo, pois falar do aborto dos outros é fácil, mas e se fosse com você?

Beijos pipooow!

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