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Se você nasceu e cresceu no sul do Brasil, é também forte candidato a ter sido forjado nas britas de muito Planeta Atlântida. Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Cataria são contemplados anualmente com a maior festa do Planeta,  um festival de verão em que o público celebra a música e ferve ao som de atrações nacionais e internacionais. Todo mundo tem uma história de Planeta pra contar, e com certeza guarda com carinho os momentos vividos durante a coleção de festivais que leva nas costas. Embora cada qual curta este marco do verão como bem entende, algumas situações costumam se repetir, seja você jovem ou adulto, gaúcho ou catarina, planetário de carteirinha ou iniciante. E aqui estão as 5 coisas de outro planeta que você pode ter vivido, e vai se identificar sentindo saudades:

#1 A primeira vez é sempre difícil

Calma, não vá pensar besteira – estamos falando de Planeta Atlântida! O desejo de fazer parte desta grande massa planetária normalmente surge pela primeira vez lá pelos 13 e 14 anos (idade mínima no evento é 14 anos). E nesta idade, muito embora os seus pais até confiem em você, eles não dão chance para o azar te deixando “voar solo” sem provar a tal da responsabilidade.  Se você, como eu, teve pais que decidiram o horário de voltar pra casa até os 18 anos (desculpa, mas eu sou de outra geração), ir ao Planeta Atlântida exigia campanha e estratégia de invasão militar. Dentre as argumentações rolava aquela valorizada no boletim, promessas de arrumar o quarto, garantia de bom comportamento o ano todo, e no meu caso até uma greve de fome (que durou longínquas 12 horas – eu sempre fui uma adolescente dramática). No final, todo esforço valia a pena. Entrar no Parque Planeta pela primeira vez, e sentir a vibração da música correndo pelo corpo é, sem dúvidas, uma das memórias mais marcantes da minha juventude.

#2 Todo mundo se molha

São Pedro deve ter ficado sem pulseirinha VIP pro Planeta, porque certamente adora contemplar os planetários com suas famosas chuvas (ou tempestades) de verão. E olha que o evento já teve acontecimento em datas diferentes durante a sua existência, mas o Dono do Tempo sempre dá um jeito de abrir as torneiras nos dias do festival, quase todos os anos. A consequência disso, quem já foi, sabe. Tênis embarrados, roupa colada no corpo e a alegria dos vendedores de capas de chuva na entrada do parque. Mais engraçada que esta estranha coincidência climática do Planeta, é o fato de que ninguém parece se importar com a água vinda do céu. A chuva pode até acabar com o seu look montadinho para o evento (evite blusinha branca – experiência própria), mas de longe leva embora a alegria. É chuva daquelas de lavar a alma.

#3 Sempre rola beijo na boca

Quero conhecer um único vivente que nunca viveu as delícias de um romance de Planeta. Não importa a idade, esse evento é um convite a se jogar nas graças de um flerte de verão. Conheço casais formados pelo Planeta, hoje casados e negociando a ida dos próprios filhos ao festival – como eles fizeram há 10/12 anos atrás. Parece mágica! Sempre tem aquele affaire que não rolou durante o ano, e que no Planeta – pimba! Selou os lábios. Ou ainda aquele romance que começou na van, locada com uma turma de amigos, e acabou em dançar abraçadinhos ao som de Lulu Santos – o último dos românticos. O evento também sabe ser romântico. E se São Pedro dá uma dura na galera nos dias de festa planetária, Santo Antônio faz check in e comemora cada casal formado.

#4 Tem sempre alguém que volta a pé

Não importa se você está em Atlântida ou Cidreira, Canasvieiras ou Jurerê. Uma pernada na volta do evento está inclusa no itinerário, pelo menos uma vez na vida (quando você aprende que “minha casa é logo ali” não é tão “ali” depois de 8h de festival). Talvez porque você perdeu o horário de retorno da topic, ou então porque a sua carona esqueceu-se de você. Ou ainda porque teve a consciência de não ir embora de carro com ninguém alcoolizado, e preferiu encarar o asfalto sobre as próprias pernas. O retorno até parece triste, solitário e cansativo, mas na maioria das vezes ele inclui boa dose de nostalgia da alegria vivida, e um bando de novos amigos – que como você, se assumiram andarilhos pós-planeta. Aproveite a viagem com cuidado, e curta cada passo: você agora é um planetário completo (e + atlético). Com sorte, você (como eu) acha uma boa alma no caminho pra te dar carona na traseira de uma bicicleta.

#5 Todo mundo é feliz

O grande barato deste evento é que ele entra na sua vida bem cedo, e fica. Provavelmente você irá mudar seus hábitos, chegar mais tarde e não quando os portões abrem,  ou vai investir num camarote pra ter uma estrutura mais tranquila que a pista. Não interessa – você vai se divertir. Vai aproveitar o melhor do verão com os amigos. Se jogar num romance novo, ou embalar o romance de sempre com velhas e novas canções. Cantar e dançar até o sol nascer. E vai querer tudo de novo no ano que vem. Lembro que no ano passado conheci um jovem que ajudei a encontrar o caminho do banheiro, e em nosso curto encounter, o Paulinho – como ele se apresentou – perguntou quantos anos eu tinha. Respondi que tinha o dobro da idade dele, e ele se apavorou: “nossa, quase a idade da minha mãe!”, e depois pediu desculpas porque talvez estivesse sendo indelicado. Dei um abraço nele e agradeci – eu podia não ter mais os 15 aninhos de vida do Paulinho, mas ele lembrou-me de que eu tinha 15 anos de Planeta Atlântida. Alegria jovial que celebro como uma adolescente a cada festival.

Então era isso! Amanhã começa a festa de 02 dias do Planeta Atlântida, e a data marca também o início de novas histórias. E sendo assim, que seja eterno enquanto dure, e alegre na medida do quanto você se permitir. Aproveite! A energia envolvida é coisa de outro planeta.

antonianodiva.com.br

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