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Essa semana uma pauta baphônica tomou conta do ATL Girls. Dicas de como curtir um sexo gostoso naqueles dias foram deliciosamente distribuídas pela internet, o que gerou uma enorme excitação comoção entre eles e elas sobre como encarar a situação. Óbvio que o assunto não demorou muito para acabar no chuveiro. E o chuveiro, convenhamos, sabe ser um lugar mágico.

Não sei o que acontece ali. Qual o poder alucinógeno das gotículas de água sobre a pele. Sei que banho foi ressignificado desde o dia que ele entrou no meu box. Banho, sabe? Aquela coisa cotidiana, básica e quase automática que eu faço a minha vida inteira. A ideia era entrar e sair, com o único objetivo de tornar-se limpo. Higienizado. Até relaxante. Mas o chuveiro e ele têm toda outra proposta.

Partimos do pressuposto que, na opinião feminina, a luz do banheiro nunca é a mais enaltecedora. Logo, não foi surpresa o meu coração ter saltado pela boca quando o dono do meu afeto (e tesão) decidiu entrar porta adentro e me ver pelada sob a luz dura do banheiro. Tirou gentilmente a toalha das minhas mãos e calou a minha boca com um beijo, sabendo da minha intenção em relutar. Mas sem as palavras (e sem a toalha) estava desarmada. E assim despi-me da ideia de que ele repararia nas curvas a mais que tenho no corpo, e vesti o arrepio que ele me causa. Num piscar de olhos as roupas dele também estão no chão. Não sei o que me desconserta mais. Se o vapor subindo (entre outras coisas), a água ficando quente (entre outras coisas), as minhas bochechas (todas) corando ou tudo ficando molhado². A cena é digna de tirar o fôlego. E eu agradeço em suspiros por ele não ter deixado toalha alguma no caminho daquele ritual.

O primeiro jato de água encontra nossos corpos sem a menor diferença do que pertence a quem.  Juro que nesta hora eu também não entendo as fronteiras. Entrego tudo que é meu, e tomo pra mim tudo que é dele.  Eu viajo naquela poça d’água que forma na clavícula enquanto ele me abraça. Ou mesmo aquela piscina entre meus seios quando ele afasta o peito do meu para encarar meus olhos. É como se a água destacasse novas curvas que surgem perfeitas apenas na interação do meu corpo com o dele. Pequenos rios e cascatas de prazer criadas da sintonia daquelas linhas se enrolando. Como resistir?

Então ele me vira de costas, e coloca shampoo no meu cabelo, e começa a massageá-los com determinação de intervenção militar, lembrando-me que além de sexy, aquele é também um instante de cuidado e carinho. Puxa-me delicadamente para baixo da água, tirando a espuma enquanto protege meus olhos e beija as minhas sobrancelhas. Pega o sabonete e deixa as mãos deslizarem pelo meu corpo sem pressa. Gasta um longo tempo nas esquinas entre as coxas e a bunda, esfrega as minhas costas enquanto morde meu pescoço e se perde na sinuosidade do meu peito. Beija-me demoradamente deixando a água quente escorrer entre lábios, línguas, dentes e todo desejo criado ali. E pensar que aquilo é só o começo…

A mesma água leva embora todo o resto que não cabe naquele box. Pelo ralo escorreram a vergonha, a distância e aquela DR idiota que tivemos horas antes. Na água quente dissipou-se toda a dúvida, junto com o vapor. Naquele espaço confinado não cabiam as incertezas sobre o futuro, apenas o momento presente. Um universo inteiro de nós dois dentro de 1m x 1m.

Sabe… talvez as pessoas devessem tomar mais banhos juntos. A conta d’água seria maior, mas a conta das implicâncias seria reduzida. A chave da luz poderia cair mais vezes, mas o desejo talvez jamais caísse. Não haveria mais cheiro de desconfiança, apenas de sabonete misturado com feromônio. Tudo por causa daquele banho, que a dois, vira um processo de limpeza muito mais profundo. Pessoas que tomam banho juntas são mais felizes. Pessoas mais felizes não enchem o saco. Não brigam no trânsito. Não discutem no Facebook. Não fazem questão de ter razão. Não praticam a guerra. Talvez todas as pessoas devessem trocar seus palanques e divãs pelo chuveiro. Lá tem menos neurose, mais suspiros.

Então pra você que está aí lendo, aqui vai o meu conselho. Quando tudo tiver errado, ou mesmo, quando tudo tiver certo, faça um favor a si mesmo: pegue na mão daquele alguém, e vá tomar banho.

Isso mesmo. Vá tomar banho.

(Aproveite este post e faça o convite agora!)

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